Não é de hoje! André Fufuca é o mestre da conveniência política no Maranhão

Não é de hoje que André Fufuca (PP), vive da conveniência política. Do puro oportunismo. Sua trajetória é marcada pela capacidade de se moldar às circunstâncias, sempre buscando estar do lado que oferece mais vantagens no momento. Fufuca é o retrato do político que sobrevive não por coerência ideológica, mas pela habilidade em transitar entre polos opostos, sem corar diante das contradições.

Fufuca Dantas e Fufuquinha, pai e filho

A história começa em 2010, quando seu pai, Fufuca Dantas, estava inelegível. Foi aí que o jovem Fufuca surgiu como herdeiro político, eleito deputado estadual pelo PSDB, integrando a base de Roseana Sarney. Na Assembleia Legislativa, foi um defensor aguerrido da então governadora, uma das figuras centrais do grupo Sarney.

Quatro anos depois, em 2014, já no PEN — partido que viria a se transformar no PRD —, Fufuca foi eleito deputado federal. Naquele momento, apoiava Lobão Filho e fazia duras críticas a Flávio Dino, recém-eleito governador. No Congresso, alinhou-se a Eduardo Cunha, a quem chamava de “papi”, e votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, consolidando sua imagem de político pragmático, sempre disposto a mudar de lado quando o vento sopra em outra direção.

Fufuca acompanhando Eduardo Cunha, o “Papi”

Mas o vento mudou novamente. Em 2018, Fufuca já era presidente do PP no Maranhão e trocou os ataques a Flávio Dino pelo apoio. Passou a integrar o grupo conhecido como “os Menudos de Weverton”, uma tropa de jovens deputados que sustentavam o então senador pedetista.

Fufuca com Weverton

A metamorfose política seguiu em 2022. Em Brasília, Fufuca caminhava com Bolsonaro; no Maranhão, pedia votos para o candidato do PL, adversário de Lula. Menos de dois anos depois, sem o menor constrangimento, tornou-se ministro de Lula. No mesmo pleito, abandonou o amigo Weverton e aderiu à campanha de Carlos Brandão, garantindo seu espaço no governo estadual.

E o roteiro continua. Com o rompimento entre Brandão e Flávio Dino, Fufuca tratou de não perder terreno: abrigou em seu ministério dois ex-secretários muito próximos de Dino — Diego Galdino e Cynthia Mota. Ao mesmo tempo, mantém seus indicados no governo Brandão, com Diego Rolim no Detran e Fábio Gentil na Agricultura. É o famoso “pé lá e outro cá”, a estratégia que lhe garante poder e influência, independentemente de quem esteja no comando.

Hoje, Fufuca diz que “fica com Lula”, mas não sai do PP, partido que integra a base de apoio de Jair Bolsonaro. Ou seja, tem sempre um plano A e um plano B, como vem fazendo há pelo menos 15 anos.

No fim das contas, André Fufuca é a expressão mais pura da política de conveniência. Um político que se adapta a qualquer cenário, muda de discurso conforme o interlocutor e prova que, no jogo do poder, a coerência é apenas um detalhe dispensável.

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