Catulé Júnior toca na ferida: “Críticas vêm de quem perdeu acesso ao poder”

Em um momento raro de franqueza e coragem política na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Catulé Júnior foi direto ao ponto ao comentar as críticas dirigidas ao governador Carlos Brandão por parte de Rodrigo Lago. Durante discurso na Assembleia Legislativa do Maranhão, o parlamentar fez uma reflexão certeira sobre o cenário atual:
“Hoje, me parece que o grito é o grito daquele que não está mais usufruindo da estrutura governamental, e não daquilo que é certo ou errado”, afirmou.
A fala de Catulé foi mais do que uma observação; foi uma denúncia velada da hipocrisia que ronda parte da classe política. O deputado não poupou nomes: Rodrigo Lago, Carlos Lula e Júlio César, todos ex-secretários de governo, e também Othelino Neto, ex-presidente da Assembleia, foram lembrados. Todos, segundo Catulé, utilizaram aviões e helicópteros do Estado quando estavam no poder — exatamente o que hoje criticam no atual governador.
A crítica não é apenas sobre o uso dos meios aéreos — prática comum em agendas oficiais —, mas sobre a incoerência de políticos que, ao deixarem de fazer parte do governo, passam a mirar naquilo que um dia também fizeram. Catulé evidenciou o padrão recorrente da política maranhense (e brasileira): as denúncias surgem não quando há erro, mas quando há perda de espaço e poder.
Ao dizer em alto e bom som o que muitos cochicham nos bastidores, Catulé Júnior se destaca como uma das poucas vozes que ousam apontar o jogo duplo que domina parte da oposição. Sua fala não defende práticas abusivas, mas cobra coerência: se foi certo no passado, por que seria errado agora? Se é errado agora, por que foi aceito quando estavam no controle?
Mais do que um discurso, Catulé fez um alerta: a crítica política precisa voltar a ser pautada por princípios, não por conveniência. E isso, no atual cenário, é um ato de coragem.