Assassinato de pai de vereador de São Luís expõe a onda de violência e a falta de segurança no Maranhão

Enildo Penha Mota, Francisco de Maxwell França Cavalcante, Valdemar Marciano Guajajara, André Enthony Avelar Fernandes, Darlisson Araújo Oliveira, José Ribamar Soares etc. Essa lista poderia continuar e ocupar facilmente mais de cinco parágrafos desse texto, mas é o último citado que talvez sirva para expor a onda de violência e a falta de segurança que vem atingindo o Maranhão. O maranhense, vive um temor permanente terrível de ser assaltado, sequestrado ou até mesmo ser assassinado.

Números recentes divulgados pela Secretaria de Segurança Pública apontam que houve uma redução de 32,1% dos crimes violentos na Grande Ilha de São Luís no mês de janeiro de 2023, sendo considerado o menos violento nos últimos dez anos.

Os números oficiais são reais, mas os recentes fatos violentos ocorridos, deixam essa informação completamente esvaziada e sem crédito algum. E principalmente a morte de José Ribamar Soares com sete tiros, pai do vereador de São Luís, Jonhatan Alves Soares, expõe que a sensação de melhoria de atos violentos não são tangíveis a população.

Afinal quem é o maranhense que pode abrir a boca e afirmar: “eu me sinto seguro”?

Tenho certeza, que o leitor desenvolve os mesmos temores, que o autor desse texto possui ao viver em São Luís. Entra numa farmácia e fica receoso de um assalto; evita sair em festas públicas com medo de furtos ou até mesmo de uma bala perdida; no sinal vermelho no trânsito fica apavorado com a chegada de uma motocicleta; ao chegar em casa, checa duas vezes antes de entrar, pois teme ser vítima de bandidos a espreita; entrar no transporte público é ter a certeza que será assaltado…

Parece que viver trancafiado dentro de casa é a melhor solução para manter a certeza de que não será alvo de violência. Afinal é orientado também a andar na rua sem joias a mostra, o celular “intocado” nas partes íntimas, não ficar dando bobeira na rua… Como se pode viver dessa forma?

O problema não é de hoje, mas é uma crescente que vem sendo observada nos últimos anos. Até o começo dos anos de 2000 era comum ainda existir a percepção de que vivíamos em uma cidade e um estado seguro, ainda que os crimes já existissem, mas não eram em um volume tão grande e tão perto de qualquer pessoa.

Dados do IBGE apontam que o Maranhão tem o menor contingente de policiais militares do país, um para cada 816 moradores, não há uma norma padrão para definir essa relação, mas números apontam que cidades ou estados que possuem uma média de 250 agentes de segurança por habitante, reduzem drasticamente o número de atos violentos.

De acordo com o Governo do Maranhão, oficialmente o estado tem mais de 15 mil policiais militares, porém o número de ativos e que estão realmente nas ruas para garantir a segurança é muito menor, afinal muitos são os que estão em processo de aposentadoria e que estão destinados aos órgãos do poder como Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, além de exercer funções administrativos nos órgãos do poder executivo.

Não estão errados estes que desenvolvem funções administrativas, mas sim, há um erro de quem não consegue garantir a presença dos policiais nas ruas.

A sensação atual é de total falta de segurança, afinal operações são pontuais. Em determinados momentos é possível observar pontos com a presença de militares, mas não é uma constância, o que deixa os criminosos bem a vontade para atuar em qualquer lugar e horário.

Infelizmente os nomes citados no inicio desse texto, saíram do anonimato por um fato que dificilmente os fará a ser lembrados, afinal todos tiveram suas vidas interrompidas nos últimos dias e o receio é que o meu, o seu, de um familiar, amigo, vizinho etc, venha a estampar as páginas policiais dos principais sites de notícia do estado. E no fim das contas vão se tornar apenas mais um número em que vai representar um aumento ou um decréscimo dos índices de violência no Maranhão.

Que as autoridades maranhenses ao ser atingidas em cheio pela morte de um pai de um vereador, recebam esse golpe na “boca” do estômago e percebam que é necessário assumir de imediato a responsabilidade para coibir a violência em nosso estado.

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