Maranhão tem menor taxa de mortes por Covid-19 e um índice semelhante ao da Alemanha

Comparado à dimensão da tragédia brasileira, o bom resultado obtido até aqui com o programa de redução de danos do Maranhão não foi obra do acaso. Liderado por Flávio Dino (PCdoB), o governo local fez uma opção por descentralizar o atendimento de saúde e dividiu o estado em dezoito sub-regiões desde antes da pandemia. Cada uma dessas áreas conta com ao menos um hospital administrado pelo estado e que está localizado a no máximo 70 quilômetros das cidades que a integram. Assim, a capital São Luís não correu o risco de colapsar com as chegadas de pacientes do interior, como aconteceu em Manaus. Dino também transformou alguns dos hospitais de campanha em equipamentos permanentes e aplicou os recursos extras do governo federal na ampliação de centros de
atendimento já existentes ou na conclusão de obras em andamento.

Além da dose de sensatez na administração dos recursos, uma causa inesperada ajudou na conta: o fato de a
imensa maioria das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) maranhenses pertencer à administração estadual, e
não aos municípios. O governo até tentou repassar as unidades para as prefeituras antes da pandemia, mas não
obteve sucesso. “Eu não deveria ter o atendimento de urgência e emergência na minha rede”, afirma o secretário de Saúde estadual, Carlos Lula.

A distorção se revelou benéfica durante a pandemia e minimizou gargalos no atendimento aos pacientes, segundo diretores de hospitais ouvidos por VEJA. Com a rede única, os médicos tinham maior controle sobre as pessoas que davam entrada nas UPAs e conseguiam acelerar as transferências para hospitais de média e alta complexidade. Críticos da gestão de Dino contestam os números e armam que há subnotificação das mortes no estado, o que ele nega. “Não temos evidência consistente desse tipo de problema”, rebate o governador.

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