Cidade Histórica vai receber o I Alcântara Fashion Week dia 26 de agosto

Com o apoio da Prefeitura de Alcântara, através do prefeito Anderson Wilker (PCdoB), o I Fashion Week realizado na cidade histórica será no dia 26 de Agosto (sábado). O evento vai contar com várias atrações e irá mostrar o que a de mais belo na cidade de Alcântara, envolvendo moda, arte e cultura. De acordo com os organizadores, o evento vai trabalhar toda peformance que envolve o brilho do artesão local.

Localizada na microrregião da baixada ocidental, hoje pertencente a Região Metropolitana da capital, no extremo norte do estado do Maranhão, a 22 quilômetros de São Luís (via marítima), a cidade de Alcântara possui uma área de 1.483 km² e população de aproximadamente 22 mil habitantes, onde sua grande maioria vive na Zona Rural, formada por 217 comunidades.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS

Alcântara sempre foi um berço cultural, que dialoga entre o passado, presente e futuro, e com esse entendimento, que está sendo realizado o 1º Alcântara Fashion Week, e tem como objetivo valorizar e divulgar mulheres artesãs que trabalham com a arte da costura, tradicionalmente mantida por mulheres alcantarenses.

Em modo geral, a cultura alcantarense é conservada, e demonstra em seus trabalhos além da arte, um modo de vida, e geração de renda e sustentação de suas famílias.

Para os organizadores do evento, o 1º Alcântara Fashion Week vai mostrar as belezas e riquezas do município traduzidas em artes. “Tornar público a beleza e a leveza cultural dessas mulheres artesãs, nos remete a um outro histórico de belezas naturais existente em nossa cidade, o surgimento da juventude que encanta com o perfil próprio e único da mulher e do homem alcantarense. É com esse entendimento que realizaremos o 1º Alcântara Fashion Week , que terá como tema “Entre rendas e retalhos Alcântara e seus encantos”. A cultura, a força e a beleza das mulheres alcantarenses escondidas por centenas de anos, nos retalhos e no passear das linhas coloridas e dos belos traços dos casarões que refletem a nossa história, vão está na passarela dia 26 de agosto” – disse uma das organizadoras.

VISÃO DO ALCÂNATAR FASHION WEEK

Conhecer o trabalho de cada uma das costureiras (os), como funciona o procedimento de criação de cada figurino, cada roupa, e cada vestido, o evento terá a possibilidade de divulgar um meio tradicional de negócio e forma de trabalho de cada uma desses profissionais, mesmo de forma tradicional, sendo possível ainda, manter a originalidade da costura, que vem sendo desvalorizado com o avanço da tecnologia.

O projeto envolverá mulheres artesãs costureiras, jovens modelos e voluntários que estarão envolvidos diretamente na organização do evento. Além de atrações locais, um DJ que fará a animação e as trilhas sonoras do desfile, fotógrafos e uma blogueira especializada em moda.

Serão várias modelos que representarão as belezas alcantarenses na passarela do I Alcântara Fashion Week, dia 26 de agosto. Além disso, o evento contará com a presença da imprensa, destaque para profissionais da linha de moda.

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DE ALCÂNTARA

Somente em 1.648, a aldeia cabeça da capitânia é elevada a categoria de Vila, com o nome de Alcântara, sob a proteção do Apóstolo São Matias. Neste período, já havia a construção de uma pequena Igreja e os engenhos de cana-de-açúcar começavam a se desenvolver na região. Com uma população de 300 moradores a Vila já sentia a necessidade de um transporte que facilitasse o escoamento da produção e a melhoria da comunicação, chegando a meados do Século XVIII no auge da economia alcantarense, sofrendo grande impacto com a reforma pombalina.

PRIMEIROS HABITANTES

Habitada inicialmente pelos indígenas do povo Tupinambá, Alcântara teve sua produção organizada pela mão de obra indígena e africana, sua produção era baseada na monocultura de cana-de-açúcar e algodão, explorada mediante ao trabalho escravo e essencialmente voltada para o mercado externo.

Inúmeras crises, determinadas por problemas externos, afetaram a produção alcantarense e geraram um processo de decadência do sistema monocultor, obrigando, já no século XVIII e posteriormente no século XIX, o abandono pelos grandes proprietários de suas terras. Muitas áreas foram abandonadas, outras foram doadas ou entregues para os ex-escravos, que passaram desde então a constituir um segmento social específico, atualmente reconhecido legalmente como moradores das áreas remanescentes de quilombos.

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE HISTÓRICA

Alcântara faz parte da Área de proteção ambiental das Reentrâncias Maranhenses e está nos limites da Amazônia Legal, uma região rica em biodiversidade e recursos naturais. Compunha no século XVII uma das duas principais Capitânias mais importantes da época Maranhão e Grão-Pará, sendo uma Capitânia Secundaria designada de Capitania de Cumã. Limitavam-se os rios Mearim, Pindaré, Turiaçu e a Costa Norte maranhense (VIVEIROS, p. 23). Era uma vasta e rica região onde hoje se localiza mais de vinte municípios da baixada ocidental maranhense.

Mais uma vez as terras alcantarenses foram abandonadas e esquecidas, ficando para traz os ex-escravos que permaneceram nas terras e começavam assim a formar as pequenas vilas, as famílias foram se constituindo e os grupos se formando em diversas partes do território de Alcântara, principalmente nas aéreas próximas ao litoral e regiões das grandes fazendas.

MAIOR TERRITÓRIO QUILOMBOLA DO BRASIL

Atualmente Alcântara é reconhecida como um grande território étnico, identidade esta que o identifica e o coloca no patamar de um dos maiores territórios étnicos no país. A visão estabelecida através da utilização dos recursos sociais e culturais é considerada pelas comunidades tradicionais como o seu principal bem, em seguida os recursos que podem ser encontrados nos território, a exemplos dos recursos naturais, sociais, e religiosos que juntos tornam-se um complexo cultural, onde a identidade de um povo é determinada pelas suas diferenças existentes, sendo vista pelos visitantes como algo diferenciado do que está acostumado, sendo o mesmo colocado pela comunidade, não como um produto a ser consumido, mais sim por um atrativo social e cultural existente a centenas de anos, onde expressa a identidade do local, a familiaridade da organização e o jeito diferenciado de trabalhar um produto.

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