Após afirmar que o PSDB era como se fosse seu partido, Flávio Dino esquece de manifestar solidariedade a Aécio Neves

Blog do Aquiles Emir

Pelas redes sociais, sua tribuna preferida para opinar sobre todos os tipos de assunto, o governador Flávio Dino (PCdoB), tão logo tomou conhecimento das primeiras denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB), na delação de Joesley Batista (presidente da JBS), se apressou em cobrar coerência do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e seu grupo político: “Defendam o governo Temer. Sem traição. Vamos ver se vocês conseguem pelo menos uma vez”.

Numa segunda postagem, conforme eco dos jornalistas e blogueiros que ficam de plantão para repercutir as opiniões do chefe do Executivo Estadual, o governador opina sobre o futuro: “Todos sabem o que Sarney fará: vai conspirar contra Temer e buscar alguns cargos e vantagens em eventual novo governo. Qualquer que seja ele”.

O que o governador esqueceu foi também de ser coerente, pois no bojo das denúncias da JBS estava um de seus candidatos a presidente da República na eleição de 2014: o senador afastado Aécio Neves (PSDB). Não bastasse ter endossado a coligação do seu partido ao PCdoB, Aécio botou o vice na chapa de Dino, Carlos Brandão, reconduzido ao cargo de presidente da executiva estadual do partido, recentemente, numa manobra de Aécio. Na solenidade em que Brandão foi reempossado, Dino disse que se sentia em casa no meio dos tucanos e declarou que o PSDB era como se fosse seu partido.

Flávio Dino, pelo menos ainda não houve repercussão disso, esqueceu também de manifestar solidariedade aos ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff, que, conforme ampliação do teor da delação do presidente do JBS, receberam do grupo mais de R$ 150 milhões em propina, dinheiro que foi depositado em contas separadas (uma dele e outra dela) no exterior. O governador, como se vê, é tão incoerente quanto aquele de quem cobra coerência. “Pelo menos uma vez” deveria mostrar que tem coragem de defender seus aliados.

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