Centro Acadêmico de Medicina da UFMA diz ser contra posicionamento e atitudes de professor reacionário

As atitudes do professor e médico Allan Garcês (PSDB) foram reprovadas publicamente pelos estudantes do curso de medicina da UFMA. Na semana passada, este blog mostrou que o pretenso vereador, estaria utilizando as estruturas universitárias para disseminar o ódio ao PT e fazer uma campanha pró-ditadura militar (reveja aqui).

Diante da grande repercussão negativa que foi causada, o Centro Acadêmico de Medicina Antônio Rafael (UFMA), reagiu sobre o assunto. Os estudantes produziram e emitiram uma nota de repúdio ao professor, que não toleram esse posicionamento e que os alunos estão sendo coagidos a falar e serem fotografados falando mal do PT e do governo federal.

Este caso merece uma maior atenção da administração superior da UFMA, além do Ministério Público Federal, uma vez que Alloan Garcês está utilizando a estrutura de um órgão público para incitar o ódio político.                                                                                                                                                                                                 Quem precisa emitir uma reposta também é o Centro Acadêmico de Medicina do Uniceuma, uma vez que a prática vem sendo desenvolvida na instituição. A foto dos estudantes com braço engessado foi retirada durante uma aula.


São Luís, 04 de abril de 2014.
NOTA DE ESCLARECIMENTO E REPUDIO
Na semana do aniversário de um dos momentos mais difíceis da história da democracia no Brasil, o CAMAR, como entidade de luta estudantil no Maranhão, lembra com pesar dos anos de Ditadura Militar que marcaram a história política recente do país. O Centro Acadêmico de Medicina Antonio Rafael lembra com orgulho dos obstinados estudantes que lutaram com afinco pela liberdade de expressão, opinião e direitos do povo e afirma que a data serve de reflexão de toda a sociedade acerca da importância da construção de uma democracia edificada sobre os pilares do livre-arbítrio, da ética, da equidade de direitos, da justiça social e da representatividade legítima.
O CAMAR defende a liberdade de expressão de seus estudantes e é expressamente contrário a toda e qualquer forma de alienação e imposição vertical de opinião política, em especial no meio acadêmico.
No dia 31 de março (segunda-feira) de 2014, por volta das 15 horas, durante uma aula ministrada nas dependências da Universidade Federal do Maranhão – Campus Bacanga, os estudantes do primeiro período do curso de medicina foram, por meio de críticas antipartidárias, coagidos pelo Professor Allan Garcês a compartilhar de sua opinião. Tal acontecimento se deu quando durante a primeira aula ministrada pelo referido professor, este fotografou os estudantes com placas criticando o mesmo partido que já houvera combatido em sala de aula e publicou a fotografia em sua página de uma rede social (Facebook), utilizando a imagem sem a autorização destes em sua campanha contra o partido citado em sala de aula.
Desta forma, o CAMAR declara que é contra qualquer atitude em que o docente, no âmbito da universidade, saia de sua posição de educador e utilize a sua autoridade acadêmica para impor qualquer tipo de posicionamento político a outrem. O Centro Acadêmico vê o comportamento do Professor Allan Garcês como questionável em um ambiente universitário democrático. O acontecido não se constitui um ato isolado, visto que em semestres anteriores houve relatos de coerção similares por parte do referido professor em relação aos seus alunos, de tal forma que o acontecimento da última segunda-feira gerou grande insatisfação e revolta de estudantes e docentes da universidade.
Ao ocorrido somam-se outros casos de opressão dentro do nosso curso, os quais não ficarão omissos e serão devidamente avaliados para que o estudante do Curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão tenha o seu direito de ir e vir e de expressar-se preservado e que nunca tenha sua liberdade constitucional oprimida.
Reitera-se que o CAMAR é a favor da liberdade de expressão e opinião dentro e fora dos muros da universidade; todavia, é contrário a toda e qualquer forma de opressão ou imposição de opinião. O CAMAR acredita e entende que o professor é elemento fundamental na formação crítica e política dos estudantes incentivando a discussão, estabelecendo o debate e ajudando na construção de um estado democrático e de uma sociedade livre. Nesse contexto, a formação do estudante como sujeito crítico e político perpassa pelo mestre educador, o qual deve exercer sua função de maneira ética, justa e com respeito.
Centro Acadêmico de Medicina Antonio Rafael – CAMAR
Gestão Sempre em Frente

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