Eliziane Gama diz que não será candidata a vice de Flávio e sairá vitoriosa em 2014
O Imparcial
Deputada estadual em segundo mandato, candidata a prefeita de São Luís em 2012 e formada em jornalismo, este é um breve currículo de Eliziane Gama (PPS) que deseja disputar o governo do estado em 2014. A pré-candidata abre uma série de entrevistas que O Imparcial irá fazer com os principais nomes postos, até o momento para a disputa. A única mulher na disputa, fala que o estado deve priorizar áreas como educação e assistência social para alcançar o desenvolvimento, além de garantir os direitos humanos da população. No âmbito político, alerta que não irá ser candidata a vice-governadora de Flávio Dino.
Taxada como uma pré-candidata que deseja apenas barganhar para ganhar força para uma possível eleição de prefeita de São Luís em 2016, Eliziane diz que não se importa com os que pensam assim e que nas urnas ela dará a resposta. A parlamentar não teme ficar sem um mandato, caso não venha obter êxito na disputa e diz que pode ser a melhor a governadora que o Maranhão já teve.
Confira na íntegra esta entrevista exclusiva:
O Imparcial – Por que a senhor quer ser governadora do Maranhão?
Eliziane Gama – Eu acho que é preciso ter um Maranhão melhor. Acredito que seja necessário darmos uma contribuição a nossa terra. Na verdade temos que dar orgulho aos moradores da nossa terra. Eu amo muito o Maranhão, eu considero o meu estado a minha casa, o espaço que vivo, realmente me faz muito feliz. Mas ao mesmo, surge um sentimento de angústia, quando você pega o Maranhão enquanto estado brasileiro. Comparo, por exemplo, com Pernambuco, que está na mesma região, enfrente algumas adversidades naturais, um estado que sofre com a falta de água, enfim quero dizer que o Maranhão tem muitas riquezas, mas está muito aquém do seu potencial, então ainda falta muito desenvolvimento no estado, precisamos inverter essa lógica e isso é possível fazer.
Se a senhor for eleita, qual será sua prioridade?
Educação. A gente não consegue desenvolver, não consegue pensar nada em um estado se não tiver educação. Se quiser obter um desenvolvimento econômico é necessário ter uma boa educação. Tudo que você tem que pensar para o desenvolvimento do nosso estado você tem que começar pela educação. Tem que ter mão-de-obra de qualificada, pois o que acontece hoje é que as grandes empresas chegam apenas para explorar, temos que fazer uma inversão de valores, a partir da educação.
E em relação à saúde?
Se você atende em sua plenitude a saúde, você vai obter um resultado bem diferente no combate as drogas, pois é possível fazer o trabalho preventivo na assistência social e emergencial através dos Capes, por isso acredito que o trabalho na saúde, passa por um grande investimento também na área de assistência social, através do SUAS (Sistema Ùnico de Assistência Social).
O Maranhão é um estado ainda muito dependente da agricultura, o que a senhora pensa para essa área?
Nós precisamos compreender a agricultura com um olhar de pequena, média e também de larga escala. Hoje 60% da população do estado é subdesenvolvida e vive de um programa de transferência de renda do governo federal. Na capital existe um grande potencial para agricultura, mas não é aproveitado. Os programas de agricultura no estado foram sucateados ao longo da história. É possível através da agricultura trazer o desenvolvimento para o nosso estado. Tem que se pensar em agricultura familiar, mas não só como cultura de susbsistência, mas um olhar de desenvolvimento. É necessário investir nos pequenos programas de agricultura.
E sobre habitação?
O Maranhão tem o menor déficit de habitação do país. E isso tem uma relação muito grande com a pobreza, casas de taipas, casas cobertas. O governo federal já tem recursos suficientes para isso e no Maranhão, infelizmente alguns dos recursos voltam, por não ter o aproveitamento pleno, por isso defendo a parceria para resolver esse problema. Eu defendo que o governo estadual seja municipalista, isso quer dizer trazer os municípios para firmar parceria para desenvolver programas em áreas como a saúde, educação, segurança, habitação etc.
Em relação ao combate a pobreza, o que é possível fazer?
Acabar com a pobreza não é um desafio tão simples. Você leva em média 10 anos para obter um desenvolvimento a altura e isso pode ser calculado pela educação, afinal é o tempo que se leva para concluir o ensino fundamental e médio. O orçamento estadual tem que ser melhor elaborado, não deve haver cortes na educação, assistência social e segurança. Infelizmente não existe uma lógica desenvolvimento idealizada para o Maranhão. Existe a necessidade fazer um planejamento muito grande, para que os índices sociais sejam melhorados com prazos.
Uma de suas bandeiras na Assembleia Legislativa é a garantia dos direitos humanos. Como à senhora acha que o assunto vem sendo tratado pelo governo?
O Maranhão é um dos estados que mais violam os direitos humanos. O estado já foi denunciado na OEA. O Maranhão está vivendo um momento de repercussão nacional por não estar garantindo um direito básico a sua população. Uma série de Comissões vem ao estado para tentar mudar essa realidade. O Maranhão viola direitos da infância e da adolescência, o acordo que foi feito não foi cumprido, nada que foi acordado foi feito. Na área do idoso, também não existem programas. Hoje não existem Delegacias das Mulheres suficientes, apenas funcionando em São Luís e em Imperatriz. Enfim, o Maranhão é o campeão em violação dos direitos humanos. Porém temos que entender que não é apenas uma responsabilidade do governo do estado, mas também dos demais poderes, que não tem cumprindo suas responsabilidades também.
Muito se fala que a senhora não vai concorrer ao governo do estado, que está apenas barganhando. O que tem a dizer sobre o assunto?
Estes que afirmam isso, são os mesmos que falaram em 2012, que eu não seria candidata a prefeita. Todos tentavam colocar na minha mente, que eu sairia menor do que entrei, após a eleição. Mas o que aconteceu? Fui candidata e terminei em terceiro lugar, surpreendendo muitos. Significa que em 2014, estou com a mesma determinação, força e garra para trazer o desenvolvimento do Maranhão. Não me abala, quem vem dizendo que não sou candidata. Então eu estou muito firme no projeto de governadora do Maranhão, tenho plena convicção que o PPS fará um programa forte, que irá levar a disputa ao segundo turno e sermos vitoriosos.
A senhora entra candidata em 2014, para ter mais força para uma possível eleição a prefeita de São Luís em 2016?
Eu sou pré-candidata ao governo para ser vitoriosa em 2014. Tentei ser prefeita em 2012, mas Deus não quis isso pra mim, entendi, mas vejo que vivemos um momento diferenciado agora. Nada me faz pensar diferente que eu não serei vitoriosa.
É possível a senhora sair novamente sozinha para a disputa ou depende de outros partidos?
É possível sim. Naturalmente que a minha intenção é ter outros partidos. O processo eleitoral é dinâmico, mas o PPS está firme nesse proposito, estamos conversando com PSDB e PSB no plano nacional e esses dois dariam uma amplitude bem maior a nossa candidatura.
Sobre a possibilidade de ser vice do Flávio Dino?
Neste exato momento não há essa possibilidade. Eu sou pré-candidata ao governo. Mas quero deixar claro que tenho um grande respeito pelo Flávio Dino, sempre votei com ele, 2014 possivelmente não votarei.
A senhora vem sendo taxada como alguém que está rachando a oposição. Concorda?
Em hipótese nenhuma. Todas as campanhas eleitorais do Maranhão, alguém fala que estão rachando a oposição. Mas acredito que a nossa candidatura é diferenciada, programática, nossa candidatura vai dar mais opções de escolha aos maranhenses. Se inicia um novo ciclo da política e a nossa candidatura vem abrir um leque de maior opções para os maranhenses.
O que lhe faz acreditar que pode vir a ser eleita?
A convicção em tudo que fiz até hoje. Eu tenho muita convicção nas decisões que eu tomo na minha vida, eu estou muito firme. Em 2014 o PPS estará firme e será vitorioso.
E quanto a possibilidade de ficar sem mandato eletivo. A senhora não tem receio?
Em nenhuma hipótese. Eu sou deputada estadual em meu segundo mandato, jornalista, mãe de duas filhas. Acredito que um mandato serve para mudar a vida das pessoas. Se eu me candidatar ao governo do estado e caso eu venha ficar sem mandato, voltarei a atuar como jornalista, para continuar tentando modificar a realidade do nosso estado.