A irresponsabilidade de uma minoria

Deixando o calor das manifestações um pouco de lado, devemos analisar o que está sendo proposto nessas recentes manifestações realizadas por alguns universitários. Estes reivindicam moradia para 80 universitários. Enquanto aquele prédio poderia oferecer serviço para uma comunidade acadêmica de mais de 8 mil estudantes. 
A greve de fome realizada pelos estudantes, gera a necessidade de reserva de leitos no Hospital Universitário, único hospital de referência  no tratamento de várias doenças no Maranhão, para aqueles que vão passar mal, enquanto que muitos outros não escolhem adoecer, precisam do atendimento, mas vão ficar na fila de espera por um leito, pois se o reitor não oferecer atendimento no HUUFMA ele estará sendo negligente. 
Os protestos impedem a continuidade do  calendário acadêmico tanto para docentes e discentes. Ceifam um direito básico do cidadão o de ir ou vir, pois ninguém é obrigado a deixar de trabalhar ou assistir aula.
Percebamos o quanto esse movimento está sendo irresponsável e egoísta. Por qual motivo devemos beneficiar apenas 80 estudantes?
O Centro de Assistência Estudantil, local em que se reivindica a construção da Residência Estudantil está planejado para oferecer atendimento médico e odontológico, acompanhamento nutricional e psicológico, curso de idiomas e informática, tudo isso sendo oferecido de forma gratuita para toda a comunidade acadêmica. Está sendo pensado uma garantia de serviços mais ampla para contemplar todos os estudantes. 
É claro que se deve ter residências estudantis, mesmo que estas não sejam obrigações de uma instituição de ensino superior como diz a legislação, mas por questão de humanidade ela deve ser oferecida e no Maranhão isto já ocorre, são três casas (duas masculinas e uma feminina).
Mas afinal de contas o que os estudantes fazem com as residências estudantis? Estes locais viraram verdadeiros centro de disputa política e as regras são impostas de acordo com a conveniência dos moradores. Existem universitários morando mais de 7 anos nas casas, nenhuma graduação chega a esse tempo na UFMA, a mais longa é a de medicina, que se estende por 6 anos.
Em visitas realizadas nas moradias universitárias, o que se percebe é um amontoado de bebidas alcoólicas, existem estudantes que fazem coleção de garrafas de whiskies. Ainda ocorre um desperdício sem limites de comida, a qual é enviada pela UFMA. São mais de 30 kg de alimentos enviados todas as sexta-feiras para serem consumidos durante o fim de semana, pois ao longo da semana, eles tem direito a gratuidade no Restaurante Universitário. Estes são apenas alguns exemplos do que acontece por lá, fora os casos mais graves, que não merecem nem comentários.
O que é perceptível que existe uma série de benefícios para uma minoria e esse seleto grupo responde com irresponsabilidade. Existe um espetaculização dessa manifestação, a qual ganha alguns adeptos, que cegos ou embibidos da euforia acabam abraçando uma “causa” que existe uma série de fatores politiqueiros por trás. 

2 thoughts on “A irresponsabilidade de uma minoria

  1. O seu desconhecimento e sua inabilidade de se sensibilizar com o próximo são abismais.

    Estudei na UFMA de 2005 a 2009. Por coincidência, junto com uma aluna que dependia da Residência Estudantil. Em 2008, quando me informei sobre o assunto pela primeira vez, os alunos já brigavam por melhores condições. Naquela mesma época, escrevi uma matéria entrevistando Natalino em que ele prometia entregar um prédio novo para os alunos. Me formei. Me mudei. Moro há três anos fora, e o digníssimo nada fez.

    Você se pergunta o que os alunos fazem na residência. E eu te respondo: sobrevivem.

    Falo da Residência Feminina, por conhecimento. As meninas foram roubadas inúmeras vezes por falta de segurança. Havia um buraco na parede que permitia a entrada de pessoas mal intencionadas, além de problemas no teto e nas instalações básicas, como água e luz. Em uma oportunidade, inclusive, as meninas acordaram de madrugada com um homem dentro do quarto, pronto para atacá-las. Espero que você não passe por essa experiência de acordar com um homem na sua cama, esperando para fazer qualquer tipo de atrocidade com você.

    Os seus argumentos são inocentes e mal intencionados, baseados em falácias elitistas. E esquece, primordialmente, que o direito de se manifestar é garantido por lei.

    Entenda que esses 80 estudantes não optam por morar na Residência Estudantil porque é legal ou porque “vai ter festa toda semana”. Eles moram por falta de condições econômicas de se manter em São Luís. São estudantes carentes, de famílias pobres vindas do interior. O estudo na universidade, para eles, é mais do que uma formação profissional. É a chance de melhorar de vida. De sair da pobreza e finalmente adentrar a classe média com poder de consumo. De oferecer condições melhores para pais, mães, filhos, irmãos.

    Soube de fonte segura que uma aluna que veio do interior estava morando NA RUA por não ter mais vaga na Residência.

    Você é jornalista, tal qual como eu. Não faça o jogo sujo que a direção da UFMA espera que você faça.

  2. Sou jornalista e ainda sou estudante. Fiz e faço parte do Movimento Estudantil da UFMA e conheço bem a realidade. Quando fui membro do Diretório Central dos Estudantes estive nas lutas por melhorias na Assistência Estudantil e sei que muitos precisam. Tanto que lutamos pelo congelamento do preço do RU que está a R$1,25, aumento das bolsas, que passarão para R$400, aumento do número de estudantes atendidos pela bolsa alimentação e também por reformar nas residências estudantis. Sei que alguns precisam, sim, desse espaço, mas existe uma parcela que vive disso no termo pejorativo da palavra, afinal já existem pessoas com 8 até 10 anos morando nessas residências. Qual curso demora esse tempo todo? E não seja inocente em pensar que esse movimento é pura e simplesmente por conta da moradia estudantil, caso contrário bandeiras de partidos não seriam levantadas. Tudo isso faz parte de um jogo irresponsável feito por membros do DCE, APRUMA, ANEL, PSTU e PSOL que desejam manter o poder dentro das instituições universitárias,brigam pelo poder, uma vez que eleições do DCE e da Apruma se aproximam.

    Sou estudante também, participarei das lutas que sejam justas e essa era, até o momento que perdeu a responsabilidade.

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