Quem subiu e desceu na política maranhense, após o resultado final da eleição

Chegou ao fim a disputa presidencial mais acirrada da História do Brasil, o resultado das urnas aponta para um país que terá um novo equilíbrio de forças, mas no Maranhão fica uma ampla vantagem para o grupo comandado por Flávio Dino (PSB). Os derrotados estão entre ex-aliados do senador eleito e nomes da direita, mas resta saber qual o poderio político deles, após derrotas avassaladoras. O Blog Diego Emir faz uma avaliação de quem cresceu e quem diminuiu na política maranhense.

QUEM SUBIU

Flávio Dino – Vitorioso em 2014, 2018 e agora em 2022, obteve a maior votação da história do Maranhão na disputa de senador. Foi a mola motriz para impulsionar o governador Carlos Brandão (PSB), a sua reeleição. Elegeu uma ampla bancada na Assembleia Legislativa, assim como possui aliados de primeira hora na Câmara Federal. Para fechar com chave de ouro a eleição, garantiu mais de 70% de votos para Lula no Maranhão e ajudou na vitória presidencial, que pode lhe colocar no status de ministro.

Carlos Brandão – Tratado com desdenho por diversos políticos ao longo dos últimos sete anos, o governador do Maranhão superou a desconfiança, venceu a eleição e ainda mostrou que não faz política lembrando o passado e nem fazendo perseguições. Tem controle total da máquina estatal, tanto que paralisou as articulações que envolviam a presidência da Assembleia Legislativa. Vai indicar quatro conselheiros do TCE, dois em 2023, um em 2024 e o último em 2026. Será o responsável por duas indicações de desembargadores do Quinto Constitucional para o Tribunal de Justiça do Maranhão. Com um aliado de primeira hora na vice-presidência do país, Geraldo Alckmin (PSB), Brandão também terá influência no governo federal.

Felipe Camarão – Considerado o melhor secretário de Educação da história do Maranhão, ele foi o responsável por incendiar as redes sociais na campanha em favor de Brandão, Dino e Lula. Foi um parceiro de primeira hora do governador na campanha eleitoral, assumiu a campanha na Grande Ilha e mostrou que tem força, liderança e simpatia política perante ao eleitorado. Eleito vice-governador é cotado naturalmente para ser o próximo governador em 2026.

Eliziane Gama – Pode ser chamada de “Fênix” da política maranhense, a senadora mais uma vez renasceu das cinzas, após as duras derrotas sofridas do seu irmão Eliel Gama para deputado federal e o marido Inácio Melo para deputado estadual. Inicialmente, ela tinha embarcado no projeto de Weverton Rocha, mas saiu na hora certa, apoiou Brandão e Flávio Dino e no segundo turno declarou voto e fez campanha para Lula. Foi reconhecida em alto e bom som pelo presidente eleito na coletiva após o resultado, e agora no Senado Federal, ela estará em outro patamar, assim como terá boa entrada no Governo Federal.

Othelino/Ana Paula Lobato – O presidente da Assembleia Legislativa era outro que estava no projeto político de Weverton, mas percebeu que o barco ia furar e desembarcou rapidamente. Além da sua reeleição avassaladora como deputado estadual garantiu a esposa como primeira suplente de senador e pode torná-la senadora com uma eventual ida de Flávio Dino ao ministério de Lula. Ana Paula Lobato ascenderá de vice-prefeita para senadora, uma alavancagem meteórica.

Josimar de Maranhãozinho – Apesar de ter embarcado no projeto de Weverton Rocha, ele preservou sua força política e se absteve de um posicionamento no segundo turno presidencial. Elegeu quatro federais, dentre eles, o próprio e a esposa (Detinha), e cinco deputados estaduais pelo PL. Fontes palacianas afirmam que ele já se aproxima de Carlos Brandão e pode compor o governo, assim como a base na Assembleia Legislativa. No Maranhão, ele comanda o maior partido do país, que pode ser fundamental para eleições nos grandes centros como São Luís e Imperatriz.

Duarte Júnior – Emplacou a maior votação de deputado federal em São Luís, o que demonstra que ele segue exercendo influência no eleitorado maranhense e lhe credencia para a disputa municipal de 2024. Será o único deputado federal do PSB do Maranhão em Brasília. O posicionamento favorável a Lula também lhe colocou no rol de políticos vencedores na disputa nacional.

Pedro Chagas – Secretário de Gestão e Previdência ocupou função de destaque na campanha eleitoral. Está a frente de uma pasta que trata diretamente com o servidor, garantindo autoestima para aqueles que diariamente fazem a máquina pública funcionar. Montou um grande time durante a campanha que foi as ruas atrás de voto para Brandão, Dino e Lula.

Iracema Vale – Deputada estadual mais bem votada do Maranhão, ela deixa o status de líder local, após ser prefeita de Urbano Santos para quem sabe atingir o patamar de liderança estadual. Com mais de 100 mil votos, já é colocada na prateleira de possíveis postulantes ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa, não é uma missão fácil, mas só de ser citada, já mostra que ela está em outro patamar políticos.

Lahesio Bonfim – Mesmo derrotado no primeiro turno, alcançou o segundo lugar com mais de 800 mil votos, terminou em primeiro lugar em Imperatriz e na cidade que governo São Pedro dos Crentes, não pode concorrer ao cargo de prefeito em 2024 por conta da legislação eleitoral, mas tem condições de destacar como uma liderança na região sul e tocantina.

QUEM DESCEU 

Weverton Rocha – Não pode ser considerado o maior derrotado na disputa eleitoral de 2022, pois se calou no segundo turno e só no dia da eleição declarou voto para Lula. Mas o pedetista que pilotava o famoso “foguete que não tem ré”, viu sua mega força política explodir. Ele que era o senador mais bem votado da história do Maranhão perdeu esse status para Flávio Dino, aliado desde 2012. Rompeu com o senador eleito e terá que repensar seu caminho político em busca de uma reeleição ao Senado em 2026 ou até mesmo ter que recuar para função de deputado federal. A eleição mostrou que ele exerce sim, certa liderança, mas é bem inferior a força política de Flávio Dino. Ainda junta os cacos da derrota humilhantes nas urnas que o colocou em terceiro lugar na disputa de governador…

Roberto Rocha – O senador que termina seu mandato em fevereiro de 2023, pode ser sim, considerado, o maior derrotado. Além de perder sua própria reeleição, perdeu com seus dois candidatos ao governo – Weverton e Lahésio – além de ter sido renegado por Edivaldo Holanda Júnior (PSD). O seu partido não elegeu nem estadual e nem federal. Entrou de cabeça na eleição de Bolsonaro e foi derrotado no estado e nacionalmente. Sem mandato político a partir de 2023, deve enfrentar dificuldades para voltar a cena política, afinal até a rádio Capital AM que ele é proprietário sucumbiu diante de uma má administração. Sofreu com uma das maiores dores que um homem pode sofrer no decorrer da campanha eleitoral, perdeu seu filho Paulo Roberto Rocha Diniz aos 31 anos, que lutava contra uma câncer.

Edivaldo Holanda Júnior – Perdeu o status de nunca ter perdido uma eleição, após cinco vitórias consecutivas em 2004 e 2008 para vereador de São Luís, 2010 para deputado federal e 2012 e 2016 para prefeito da capital. Teve menos de 3% dos votos, o que representa menos de 100 mil eleitores. Sem estrutura, não conseguiu levar seu nome ao interior e forçou na capital a sua presença, onde também terminou mal em quarto lugar com pouco mais de 50 mil votos. Sem composições, inviabilizou uma tentativa de voltar a Prefeitura de São Luís em 2024.

MDB – O partido perdeu mais espaço na política maranhense. A candidatura de Roseana Sarney poderia alavancar para voltar a ter mais deputados federais, mas fez foi perder espaço, antes tinha dois e agora somente uma cadeira. Na Assembleia Legislativa são dois deputados estaduais, sendo que Roberto Costa é o de maior destaque.

 

 

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