De olho nos 39% de Bolsonaro em São Luís, Yglesio mira no eleitorado conservador visando 2024

No último dia 11 de outubro, Yglesio Moyses recém-reeleito deputado estadual do PSB fez um duro discurso em relação ao senador eleito Flávio Dino (PSB) e uma declaração de voto a Bolsonaro (PL), para presidente no segundo turno. Mas engana-se que trata-se de apenas um problema pessoal do parlamentar com o ex-governador, mas na verdade é uma estratégia visando a disputa da Prefeitura de São Luís em 2024, afinal o médico já está de olho no percentual bolsonarista da capital maranhense.

Bolsonaro obteve 39,62% dos votos em São Luís, bem acima do percentual em todo o estado que ficou na faixa de 28,86%. De olho nesses 238.285 eleitores, Yglesio vem traçando toda uma estratégia para tentar se posicionar e garantir mais do que o 1,92% garantido em 2020, quando concorreu ao cargo de prefeito.

Yglesio é sabedor que não será candidato a prefeito de São Luís se continuar no PSB, que já tem Duarte Júnior como o nome preferido, por isso já arrumou briga diretamente com o presidente do diretório estadual no Maranhão, Flávio Dino, com o intuito de garantir a sua saída ou expulsão, que lhe deixaria livre para escolher qualquer partido.

Mas a estratégia não para por aí, Yglesio já tenta criar um embate com Carlos Lula (PSB), que será um dos “cães de guarda” de Flávio Dino na Assembleia Legislativa, logo ele tentará passar para a população a sensação que é um confronto de ideias entre defensor de um governo esquerdista anterior e uma nova proposta de governo para a capital maranhense.

Nas redes sociais, Yglesio mantém sua militância pró-Bolsonaro, que deve diminuir com o tempo, mas deve manter sua disposição em defender o campo oposto a esquerda que atualmente comanda o país.

Atrelada a essa estratégia, Yglesio segue sendo um crítico do prefeito Eduardo Braide (sem partido), sendo um dos mais fiscalizadores da gestão municipal.

A leitura de Yglesio não está errada, a disputa eleitoral em São Luís é completamente diferente da eleição estadual. Se por um lado a disputa de governador a força da máquina estadual é decisiva e a eleição desde 2010 acaba no primeiro turno, por outro o pleito para prefeito viu seu último término no primeiro turno em 2004, desde então ocorrem dois turnos e já foi visto que a máquina municipal pode perder, mesmo estando no cargo, exemplo de João Castelo em 2012.

Além disso, Yglesio sabe que não tem chance alguma de conquistar o eleitorado de São Luís se permanecer no “bolo” de pré-candidatos a prefeito de São Luís se estiver no grupo de Flávio Dino/Carlos Brandão, que já tem Duarte Júnior como o preferido e outros nomes que vem se colocando como é o caso de Paulo Victor (PCdoB), Carlos Lula (PSB) e Márcio Jerry (PCdoB).

Por isso, Yglesio vai para outra ponta, aproveitando o fato do não posicionamento de Eduardo Braide no segundo turno, ele tenta surfar na onda dos 39%, que é a votação semelhante que o atual prefeito recebeu no primeiro turno em 2020, quando obteve 37,81%. Outro fator que ajuda o parlamentar é a sua profissão, boa parte dos médicos também é contrário ao governo de esquerda.

Vale lembrar que todo esse enredo já é repetido pela terceira vez por Yglesio. Em 2012, quando o PSDB de João Castelo comandava São Luís, ele tentou ser uma opção da esquerda. Então filiado no PT, quis ser candidato a prefeito, surgindo na mídia como um médico concursado da rede municipal e crítico do descaso com a saúde pública, não deu certo. Terminou como candidato a vereador e saiu derrotado.

Mas naquele mesmo ano, declarou apoio no segundo turno a Edivaldo Holanda Júnior, que lhe rendeu o cargo de diretor do Socorrão I, mas que ficou apenas oito meses e então virou crítico ferrenho da gestão municipal.

Em 2018, após ter sido eleito deputado estadual pelo PDT, anunciou logo sua pré-candidatura a prefeito de São Luís e afirmou que não acompanharia o nome escolhido pelo partido que era o de Osmar Filho, logo deixou o partido e somente em 2020 com o aval do Palácio dos Leões, ele filiou-se ao PROS.

Candidato a prefeito de São Luís em 2020 no bolo dos candidatos do Palácio dos Leões, que ainda tinha Duarte, Neto Evangelista, Bira do Pindaré, Rubens Júnior e Jeisael Marx, Yglesio saiu com a pior votação entre todos e logo atribuiu a Flávio Dino o seu pífio desempenho. Em seguida declarou apoio a Eduardo Braide na expectativa de ter influência na gestão municipal.

Mas sem espaço na gestão de Braide, Yglesio tomou o mesmo caminho que fez com Edivaldo entre 2013 e 2016, virou oposição.

Toda a história parece se repetir, mas Yglesio aposta que um segundo mandato de deputado estadual, o comando de um time de futebol e os indicadores ruins do governo Lula, o possam lhe colocar na concorrência direta pelo cargo de prefeito de São Luís em 2024.

É aguardar, o plano já foi traçado, resta saber se a população vai embarcar nessa…

2 thoughts on “De olho nos 39% de Bolsonaro em São Luís, Yglesio mira no eleitorado conservador visando 2024

  1. Esse cara briga com todo mundo, onde ele passa deixa rastro de discórdia é nono Hospital São Domingos nas Universidades; CEUMA, UFMA, etc até os conflitos familiares já chegaram a publico quem é blosonarista não obrigado a votar nele está redondamente indagado são duas máquinas contra ele

  2. Vdd tenho um conhecido que trabalhou na assessoria de campanha dele …pediu pra sair.. disse que ele só não és mais chato pq o dia tem 24hs😂😂😂😂

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