Empresários do transporte público de São Luís apontam prejuízo de R$7 milhões

Ainda que o prefeito Eduardo Braide (Podemos), insista na tese de que não vai haver aumento da passagem de ônibus, hoje esse pode ser o caminho mais rápido para encerrar a greve dos rodoviários, que já dura seis dias em São Luís. Como previsto no contrato da licitação, a tarifa que custa atualmente R$3,70, deveria ter sido reajustada em fevereiro de 2021, porém não foi. Sendo assim os danos vão sendo acumulados e já se chega a R$7 milhões de prejuízo com o sistema de transporte público, segundo relato de empresários.

O diesel, principal matéria-prima, para o funcionamento da engrenagem do sistema de transporte público, corresponde a 30% do custo total e somente em 2021, houve um aumento de 65,3% do combustível, enquanto que a passagem de ônibus, segue com o preço congelado por 20 meses.

Para piorar, houve também uma menor arrecadação em decorrência da pandemia. A receita caiu também 30% em razão de menos usuários do transporte público. Toda essa situação teria sido avisando para o prefeito Eduardo Braide, que permaneceu inerte.

“O desastre foi avisado diversas vezes. Aí começou atrasar salários por que não tem como arcar com tudo isso sem ter controle dos preços. No frete por exemplo os preços passam direto para os produtos. No caso das tarifas ou subsídios dependem do governo municipal”, relata um empresário.

Cidades como Balsas e Imperatriz com transportes públicos licitados, já praticam os valores de R$4,40 e R$4,50, respectivamente, e as linhas de ônibus percorrem trechos bem mais curtos quando comparados com muitas rotas de São Luís.

Óleo Diesel já custa R$5,39 em postos de São Luís

Em fevereiro de 2021, a passagem de ônibus de São Luís deveria ter sido reajustada, porém a Prefeitura não concedeu. Os empresários buscaram a Justiça, mas não obtiveram sucesso.

Obviamente que aumentar o preço da passagem é trazer mais custos para uma população já penalizada com inflação nas alturas e muitos com a perda de emprego e/ou poder aquisitivo em decorrência da pandemia, porém existe outra solução. A Prefeitura de São Luís pode voltar a subsidiar o transporte público na capital, algo que foi extinto na gestão de João Castelo entre 2009 e 2012.

Mas é necessário que o dialogo seja claro e transparente, e não de “faz de conta” como atualmente vem sendo praticado por Eduardo Braide, que em entrevista a Tv Mirante na segunda-feira (25), informou que daria um auxílio emergencial. A proposta em números reais não foi divulgada publicamente, apenas em reunião, e após colocada na mesa, empresários informaram que o montante só seria capaz de promover um reajuste de 2% aos rodoviários.

Eduardo Braide tem que ser claro: o auxílio emergencial será de quanto? para quem? por quanto tempo? Só assim, será possível empresários e trabalhadores resolverem a equação.

Enquanto isso, a população vai sendo penalizada por falta de transporte público, os empresários vão acumulando novos prejuízos, tudo por conta da falta de responsabilidade, competência e planejamento da atual gestão municipal.

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