A complexa engenharia política que envolve os candidatos de Flávio Dino para disputa de São Luís em 2020

Flávio Dino e seus 15 partidos aliados, como o próprio disse: ele tem um grande “problemão” pela frente

O governador Flávio Dino foi reeleito em 2018 com o apoio de 16 partidos – PCdoB, PDT, PRB, PPS (Cidadania), PTB, DEM, PP, PR (PL), PTC, PPL (foi incorporado ao PCdoB), PROS, AVANTE, PEN (Patriota), PT, PSB e Solidariedade – e agora legitimamente todos buscam seus espaços nas eleições municipais, principalmente em São Luís que é a cidade mais importante do estado. Por conta das ambições coletivas internas e até individuais, uma complexa engenharia tem que ser desenvolvida para colocar candidatos competitivos na disputa.

O caso mais complexo envolve o PCdoB. Os comunistas oficialmente possuem dois pré-candidatos – Duarte Júnior e Rubens Júnior – porém o secretário Jefferson Portela também já vem sendo cotado para a disputa.

Existe uma clara tentativa de fortalecimento ao secretário de Cidades. Dinheiro já foi injetado na sua pasta, grande exposição na mídia e apoiadores políticos foram colocados no seu colo, mas ele permanece com 1% em todas as pesquisas.

Já o ex-presidente do PROCON é o melhor posicionado do grupo Flávio Dino em todas as pesquisas, mas sofre uma forte resistência de uma ala comandada pelo pedetista Weverton Rocha que tenta exercer influência nas fileiras comunistas, porém abrigos já foram oferecidos ao deputado estadual e hoje o PRB do vice-governador Carlos Brandão, seria um caminho natural para Duarte Júnior, que ainda espera uma definição do governador Flávio Dino.

O PDT vive também seus momentos de angústia, apesar de Weverton Rocha pregar o contrário. Osmar Filho vem demonstrando que deve abrir mão da pré-candidatura a qualquer momento e aí surge a pressão interna do partido, para que se tenha um nome próprio. Neto Evangelista seria a opção, o parlamentar deixaria o DEM e filiaria-se ao PDT em troca, a vaga de vice-prefeito seria oferecida aos democratas. Porém, o presidente nacional ACM Neto que veio até São Luís lançar a pré-candidatura do filho de João Evangelista ainda no começo de 2019, não aceita essa troca partidária, o que inviabiliza os planos de Weverton Rocha.

O próprio DEM vive uma instabilidade política interna, nem todos os membros do partido vão apoiar a pré-candidatura de Neto Evangelista e já preparam uma debandada, principalmente para partidos alinhados com Carlos Brandão.

O PT seguindo a orientação nacional deve lançar uma candidatura própria na capital, pensando nisso os nomes de Honorato Fernandes, Lawrence Melo, Zé Inácio e Zé Carlos estão cotados para a disputa. Entre eles existe o consenso que só existe a possibilidade de aliança com o PCdoB, mas desde que seja algo combinado por cima. Com o PDT, existe o entendimento que não há mais como ter aliança.

O PL do todo-poderoso Josimar de Maranhãozinho tem um “namoro” firme com Eduardo Braide (Podemos), pré-candidato oposto ao grupo do Flávio Dino. Com influência sobre outros partidos, Josimar deve levar Avante e Patriota para os braços de Braide, que hoje lidera todas as pesquisas.

Na corrida eleitoral ainda tem o PSB que vive tranquilidade interna e dessa vez Bira do Pindaré deve sair candidato – após três tentativas – porém o deputado federal não vive os seus melhores momentos com o governador Flávio Dino, tanto que experimenta um ostracismo político e pouco tem aparecido no debate no que tange a corrida eleitoral.

O Solidariedade de Simplício Araújo tem o conforto de ser um dos partidos mais organizados e poder apresentar um nome com respaldo, baixa rejeição e com grandes possibilidades de crescimento, trata-se do juiz federal Carlos Madeira que se aposenta oficialmente no dia 10 de janeiro.

Na órbita do Palácio dos Leões ainda estão o PP de André Fufuca que começa a dá indícios que irá para onde Weverton Rocha mandar; o PTB de Pedro Lucas Fernandes tem um forte alinhamento com o prefeito Edivaldo e deve seguir marchando com o PDT; o Cidadania de Eliziane Gama caminha de forma tímida até iniciou conversas com Duarte e Yglesio, mas recentemente participou de ato em favor de Rubens Júnior; o PTC hoje comandado por Júnior Verde é uma incógnita; já o PROS de Gastão Vieira sugere a formação de uma aliança PT, PCdoB e PROS.

Diante dessa complexa movimentação política, um quadro resumido aponta o atual cenário:

PCdoB tem Rubens Júnior com um provável apoio do PROS, Cidadania e PT
PCdoB tem Duarte Júnior, mas com forte possibilidade de filiar-se ao PRB

PT apoia o PCdoB ou vai para disputa com Honorato Fernandes, Lawrence Melo, Zé Inácio e Zé Carlos

PDT tem Osmar Filho, mas que deve abrir em favor de Neto Evangelista

DEM tem Neto Evangelista que receberia o apoio do PDT, PTB e PP

PSB tem a pré-candidatura de Bira do Pindaré confirmada

Solidariedade tem encaminhada a filiação e possível pré-candidatura do juiz federal Carlos Madeira

PL, Avante e Patriota caminham para declarar apoio a pré-candidatura do Eduardo Braide (Podemos)

PTC completamente indefinido e sem fundo partidário, deve agarrar-se a quem oferecer algo

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