Jornalista diz que Duarte Júnior protagoniza um show midiático ao falar de suposto abuso de donos de postos de combustíveis

Por Francisco Bezerra

Nunca vi uma pessoa filiada ao Partido Comunista entender de economia. O deputado estadual Duarte Júnior (PCdoB-MA), me faz ter ainda mais certeza deste axioma da modernidade. Entretanto, apesar de “nenhum comunista entender de economia” ser uma verdade irrefutável, cometerei a redundância de demonstrá-la a vocês.

O deputado entrou com um requerimento na Assembleia Legislativa do Maranhão para que fossem notificados mais de 200 postos de combustível em todo o estado.

Segundo o deputado – e um suposto relatório técnico da Secretaria de Estado da Fazenda – o aumento deveria ter sido de apenas R$0,08 (oito centavos) no preço da gasolina com o impacto do aumento do ICMS, imposto a toque de caixa em dezembro pelo governador Flávio Dino (PCdoB).

Antes do aumento, quando o ICMS para combustíveis no estado era de 25%, o preço da gasolina estava em torno de R$3,98 na capital.

Fiz os cálculos e constatei que, com o aumento do ICMS para 28,5%, o preço da gasolina deveria estar a mais ou menos R$4,17. Ou seja, 19 centavos a mais. Não oito centavos, como alega Duarte Júnior. A gasolina está sendo vendida na capital a R$4,19, em média.

Publiquei este vídeo no YouTube explicando melhor o cálculo e como se precifica a gasolina, para que qualquer pessoa, inclusive o deputado, entenda:

https://www.youtube.com/watch?v=l8SuEFsCLjY&t=69s

Não obstante a isso, Duarte Júnior protagoniza um show midiático, denunciando aos quatro cantos o suposto abuso dos donos de postos.

Ele parece ter ódio patológico de empresários e empresas. Mas só parece.

Uma de suas atuais vítimas, contra a qual ele já fez até pronunciamento na Assembleia, é uma faculdade particular que atua na capital. Mas chama atenção o fato de ele ser contratado exatamente de uma grande concorrente desta empresa.

Acredito que além de Matemática, a disciplina de Ética não seja o forte do deputado, que também é professor de Direito.

Postos de gasolina oferecem uma baixa margem de lucro. Em torno de 11%. É uma péssima margem, se comparada a outros negócios. Por isso, precisam ganhar no volume.

Quem regula a atividade de venda de combustíveis no país (que é um dos setores mais regulados), é a Agência Nacional do Petróleo – ANP. Ela também fiscaliza o preço dos produtos vendidos ao consumidor final. O responsável por isso não é o Procon, muito menos as Assembleias Legislativas.

Entretanto, desde a gestão de Pedro Parente na Petrobrás, o preço dos combustíveis passou a obedecer critérios que variam diariamente, como a cotação do dólar, já que boa parte dos nossos combustíveis é refinada no exterior, e os preços internacionais do barril de petróleo.

É por isso que toda vez que você vai abastecer, o preço está diferente. Mas essa foi uma das saídas encontradas para tirar a Petrobrás da mais grave crise de sua história.

Tabelar o preço ou regulá-lo artificialmente é portanto uma medida ineficiente, que prejudica a Petrobrás e todas as empresas envolvidas na cadeia produtiva dos combustíveis, nos processos de extração, refino, distribuição e venda final.

Por isso, é necessário que se conscientizem os nossos legisladores de que interferência estatal é sempre danosa para a economia.

Se isso não puder ser feito, que pelo menos se exija que eles entendam um pouco mais de matemática básica.

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