Expertise do HU-UFMA ajuda cinco hospitais do Brasil no diagnóstico de doenças renais

A doença renal crônica (DRC), segundo dados da International Society of Nephrology (ISN), é considerada atualmente um problema mundial de saúde pública com desfechos adversos de insuficiência renal e morte prematura. Pensando em mudar essa realidade, o Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA) firmou importante parceria com cinco hospitais universitários vinculados a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O acordo de cooperação prevê a realização pelo hospital do Maranhão de laudos de biópsias renais, que possibilitam maior agilidade e precisão no tratamento de doenças renais dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estudos apontam que as doenças do rim e do trato urinário são responsáveis por aproximadamente 850 milhões de mortes anuais no mundo, e a incidência da DRC aumenta em torno de 8% ao ano. Uma das maneiras de combater esse mal é um diagnóstico preciso, o que permite maior eficácia ao tratamento. Hoje, o HU-UFMA possui o mais bem equipado laboratório de patologia renal do Brasil, com aparelhos de última geração e uma equipe técnica com grande expertise na área, o que possibilita a cooperação com outros hospitais da Rede Ebserh.

O Laboratório de Imunofluorescência e Microscopia Eletrônica (LIME) do HU-UFMA já encaminha laudos de forma sistemática para os hospitais universitários de Natal, João Pessoa, Campina Grande, Maceió e Dourados. Outros hospitais federais que fazem parte da Rede Ebserh e sinalizaram o interesse são os de Campo Grande, Recife, Aracaju, Petrolina e Teresina. Além de ter sido procurado também por médicos nefrologistas de outras instituições de saúde que não são da Rede Ebserh.

O patologista renal e chefe do LIME, Gyl Eanes, atribui o alto nível de qualidade do serviço a alguns fatores determinantes. “Dispomos de uma ótima estrutura, com equipamentos de primeira linha como o microscópio eletrônico, a imunofluorescência, um painel completo de imuno-histoquímica para doenças renais, entre outros. E o mais importante de tudo, o fator humano, nossa equipe é altamente qualificada. O diagnóstico em patologia renal não é fácil e precisa de uma equipe extremamente técnica, a exemplo, o nosso coordenador que é formado em um curso que não existe no Brasil, que é o tecnólogo médico, um curso de cinco anos com três anos só em técnicas histológicas. Esse é o nosso ponto forte, nossa qualidade técnica”.

Gyl Eanes revela ainda as futuras aquisições e projetos do serviço. “Estamos adquirindo um processador rápido de tecido para microscopia eletrônica que transforma o processo manual de 3 a 5 dias em 3 horas. Seremos o primeiro laboratório do Brasil a ter esse equipamento. Destacamos a importância do laboratório para as pesquisas, pois somos uma fonte para todos os hospitais universitários da Rede, já que vários mestrados e doutorados são realizados utilizando o nosso material”.   

A partir dessa parceria, o médico e chefe da Unidade do Sistema Urinário do HU-UFGD, Diego Polido, destaca a importância da cooperação para a assistência. “Com isso, temos a possibilidade do diagnóstico preciso em torno de dez dias, o que diminui o tempo de internação do paciente e favorece o início de um tratamento eficaz num prazo bem menor”.

O médico nefrologista e ex-reitor da UFMA, Natalino Salgado, um dos grandes incentivadores para a implantação do LIME destaca o papel estratégico do Hospital. “O HU-UFMA tem dado enorme contribuição para a assistência à saúde dos pacientes renais no Maranhão. Poder compartilhar essa expertise com usuários de outras unidades da Rede reforça a certeza que o apoio institucional ao trabalho dos nossos profissionais tem correspondido aos resultados alcançados na promoção da melhoria da qualidade de vidas dos pacientes”.

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