Comprar ou alugar o imóvel: Qual é a melhor forma de investir na empresa?

O início da trajetória do empreendedorismo costuma abrir margem para o surgimento de dúvidas e questionamentos, sendo um deles em particular a seguinte reflexão: É mais válido comprar ou alugar o imóvel em que a organização atuará? Em tempos de crise onde as finanças são incertas, a pergunta é capaz de tirar o sono dos empresários de primeira viagem. Mas, como outras demandas do universo corporativo, a decisão precisa de uma análise ampla por meio de múltiplos cenários. É necessário entender os prós e contras de cada escolha para conseguir ser assertivo no momento de bater o martelo.

“Muitos brasileiros seguem o caminho do negócio próprio e no instante de optar por uma sede ou ponto comercial acabam por questionar-se em relação a investir parte do capital na aquisição do imóvel ou manter a flexibilidade do aluguel. Neste contexto, a primeira mensagem a ficar clara é que não existe certo e errado. Na verdade, os impactos da decisão dependem da situação vivida por cada empreendimento. Essa avaliação leva em consideração as vantagens e desvantagens das opções”, afirma Marcus Marques, mentor de pequenas e médias empresas.

Pensando em contribuir para o processo de escolha, o mentor listou os principais cenários possíveis para compra e aluguel. A ideia é que os empreendedores utilizem as informações citadas a fim de tentar encaixá-las em um dos exemplos para alcançar um consenso empresarial.

Reflita

– Investimento em capital de giro: Ao ouvir a palavra aluguel, a primeira sensação que vem a mente é a de “jogar dinheiro pela janela”. Afinal, é um valor que não retornará. Contudo, caso você esteja prestes a entrar no mercado e não tenha uma base de clientes definida, precisará de um capital considerável para giro. A expressão trata-se da quantia que permanece à disposição do empreendimento para que possa operar em uma fase não tão próspera. Ou seja, em meio a um futuro próximo nebuloso, é mais válido armazenar em uma conta a quantia que seria investida na compra do estabelecimento. Inclusive, os juros do armazenamento podem custear o aluguel.

– Redução dos custos operacionais: As empresas têm particularidades em termos de funcionamento. Para uma organização com um alto custo operacional é melhor investir na aquisição do imóvel, pois devido a demanda estrutural podem existir dificuldades de atingir o ponto de equilíbrio. Dessa maneira, o aluguel apresenta um gasto maior do que o a estrutura fixa.

– Valorização do estabelecimento: Quando se trata de adquirir um imóvel apenas guiado pela possibilidade de valorização, é preciso pensar duas vezes. Por conta da crise econômica do Brasil, o ramo imobiliário foi afetado e ao tentar uma recuperação passou a oferecer imóveis acessíveis com a expectativa de uma futura melhora no setor, o que valorizaria a compra. Mas, por outro lado, o risco de acontecer o oposto do esperado existe. A partir desta situação, é fundamental refletir sobre o motivo da aquisição para ser assertivo na decisão.

– Flexibilidade: Em um momento de incertezas e por consequência, inconstância mercadológica, é imprescindível se apropriar da flexibilidade e capacidade de adaptação. Por este ângulo, alugar em uma necessidade de mudança tem custos relativamente baixos. No entanto, descobrir alguns meses depois da compra do ponto que o local não tem um forte potencial para vendas é um problema. Será difícil colocar o imóvel a venda, adquirir outro e ainda recomeçar as atividades. Ou seja, pode ser uma boa alternativa alugar nos primeiros anos de empreendimento para garantir o lado flexível e de rápida reação.

– Perfil do empreendedor: O fator não deve ser visto como decisivo para a tomada de decisão, porém, não deixa de influenciá-la. Os empresários com características conservadoras não querem se comprometer com riscos e, portanto, se adéquam na opção de aluguel. Já os modernos tendem a se expor as possibilidades e a entender que a compra do imóvel enfatiza a certeza de um negócio próspero.

 

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