O que o DEM tem a ganhar apoiando Flávio Dino, leia-se PCdoB?

É comum não haver muita coerência na política brasileira, mas as alianças partidárias parecem tornar ainda mais complicado entender o cenário político. O DEM oficializou na quarta-feira (21), o apoio ao governador Flávio Dino (PCdoB). Pelo menos é o que reafirmam Juscelino Filho, Rogério Cafeteira e outros. Porém fica difícil de compreender o que agrega ao Democratas uma aliança com o PCdoB no Maranhão.

Além do DEM e PCdoB orbitarem em campos completamente distintos, um está próximo da extrema direita e o outro tem uma posição mais a esquerda do que o próprio PT. Não há nenhuma congruência entre os dois partidos para que se justifique a aliança.

No plano nacional, os dois partidos trabalham pré-candidaturas presidenciais com Rodrigo Maia e Manuela D´avila, apesar de as duas não serem levadas bem a sério, o provável é que ainda coliguem com PSDB e PT, os mantendo ainda em uma distância estratosférica.

Na Bahia, onde ACM Neto deve disputar o governo estadual, o PCdoB vai indicar o senador na chapa de Rui Costa (PT), atual governador e principal adversário do prefeito de Salvador.

Apresentadas todas essas incoerências políticas, os maranhenses pouco tem a oferecer no quesito filiações políticas ao DEM. Os nomes apresentados até aqui representam quase ou simplesmente nada para o projeto nacional do partido que planeja voltar a ser grande.

Juscelino Filho é o típico deputado federal eleito com a força política do seu pai, tanto que em seu próprio perfil do seu site pessoal, os principais destaques são o apresentando como filho de família política, que teve o pai como ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-secretário, além de ser citado por ser sobrinho do ficha suja Stênio Rezende (deputado estadual) e de Vianey Bringel (prefeita de Santa Inês). Sua capacidade enquanto parlamentar é questionável, uma vez que nunca esteve nos principais debates nacionais no Congresso Nacional.

Rogério Cafeteira é líder do governo e garantir esse posto para o DEM, talvez seja relevante, mas ter a certeza da permanência do deputado estadual no partido é uma verdadeira aposta com grandes chances para errar, afinal nos últimos anos foram outros três partidos (PMN, PSC e PSB).

Luís Fernando é considerado um dos melhores nomes da política maranhense, mas no alto dos seus 63 anos e demonstrando a falta de coragem para encarar voos mais altos, não deve passar do comando da Prefeitura de São José de Ribamar, o que não representa muito pouco para o DEM.

Neto Evangelista era um dos expoentes da política maranhense, mas mostrou-se submisso ao governador Flávio Dino ao aceitar que ficasse fora da disputa da Prefeitura de São Luís em 2016 e presenciar sua sogra ser destratada publicamente pelo comunista. Se acovardou por conta de um cargo público. Diz manter um projeto de ser candidato a prefeito da capital maranhense em 2020, mas como já se mostrou ser subordinado aos desejos do PCdoB, será facilmente preterido quando apresentados nomes como Bira do Pindaré (PSB) ou Felipe Camarão.

É exatamente esse último que mais agrega algo para o DEM com a filiação. O procurador federal da AGU licenciado é um dos gestores mais capacitados do Maranhão, porém estar no Democratas pode ser simplesmente uma conveniência política para alcançar os objetivos do momento: o partido na chapa comunista e a liberação de verbas por parte do Ministério da Educação. Nada garante que para 2020, Camarão fiel aliado de Flávio Dino, acabe trocando o DEM pelo PCdoB ou qualquer outra legenda para a disputa municipal.

Diante do exposto fica difícil de compreender o que agrega ao DEM uma aliança partidária com Flávio Dino. Política não é ciência exata, mas é muito complicado encontrar um resultado para essa equação cheia de pontos negativos aos democratas. Parece que apenas o PCdoB vai sair com saldo positivo, pelo menos no Maranhão…

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