O desempenho da Câmara Municipal ao longo de 2017

Com o primeiro ano da nova legislatura na Câmara Municipal de São Luís foi criada uma grande expectativa sobre o novo desempenho do parlamento, afinal uma renovação perto dos 50% garantiu a oxigenação da Casa. Quinze foram eleitos pela primeira vez para desempenhar o papel de vereador. Porém, a qualidade praticamente não mudou e o legislativo manteve um perfil que beira a subserviência ao executivo municipal.

O presidente Astro de Ogum (PR), soube conduzir com o máximo de diplomacia possível, endurecendo a relação quando necessária, mas também cedendo para não prejudicar o andamento dos trabalhos. Mostrou-se atento as movimentações políticas para a sucessão da Mesa Diretora e enquadrou os seus possíveis adversários. Teve como fiel aliado e importante representante membro do legislativo, o 1º secretário, Honorato Fernandes (PT).

No campo da oposição, Estevão Aragão (PSB), mostrou um amadurecimento e se mostrou combativo, assim como os parlamentares Marcial Lima (PEN) e Marquinhos (DEM).

Na liderança do Governo, Pavão Filho (PDT) e Raimundo Penha (PDT), fizeram os papéis de representantes do prefeito, uma raposa velha e um no primeiro mandato, o que fez equilibrar essa distribuição de forças.

Vamos a avaliação por vereador:

Honorato Fernandes – Foi o que ganhou mais capital político em seu segundo mandato como vereador, o petista se tornou presidente do diretório de São Luís, assim como se credenciou para disputa de deputado estadual em 2018. É aliado do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), mas não deixa de ter sua posição e cobrar uma melhor relação entre executivo e legislativo, assim como com o seu partido que vive a margem na administração municipal. Dentre aqueles que vão concorrer cargos eletivos no próximo ano é um dos mais fortes para deixar a Câmara de Vereadores.

Estevão Aragão – Foi o que ocupou mais espaço como a voz da oposição, se mostrou implacável, buscando explicações e resoluções de problemas em todas as áreas da administração municipal. Vereador em seu segundo mandato, o socialista também mostrou amadurecimento e já é cotado para disputar também a vaga de deputado estadual, mas ainda não definiu seu futuro político. Faz parte do grupo do senador Roberto Rocha (PSDB) e pode vir a ganhar mais força em 2018 na Câmara Municipal. Já mostrou que não vai baixar a cabeça para Edivaldo em troca de migalhas.

Marquinhos – Um legítimo representante do povo. Mostrou-se intransigente quando as camadas populares foram prejudicadas pela política da Prefeitura de São Luís. Ameaçou e iniciou uma greve de fome, a qual só foi encerrada, após negociação para resolução dos problemas com o Palácio de La Ravardiere. Está colocando a cara tapa para entrar na disputa do Senado, afinal a disputa é considerada apenas para os políticos tradicionais e aristocratas da sociedade maranhense. Caso decida entrar na corrida eleitoral vai fazer barulho e pode se tornar uma grande liderança estadual com a força do povo.

Astro de Ogum – Consegue conduzir o parlamento com determinação, não agrada a todos, mas busca também defender o interesse de todos os parlamentares. Ameaçou uma candidatura a deputado estadual, mas agora está focado na reeleição de presidente da Câmara Municipal. Tem grandes chances de continuar sendo o chefe do parlamento de São Luís.

Marcial Lima – Um dos poucos nomes que mostrou que o parlamento municipal ainda tem esperanças. Vereador sério e extremamente atuante. Se mostrou implacável na defensa da população de São Luís. Está ao lado de Estevão conduzindo a famosa Kombi da oposição. São vozes solitárias, mas que tem eco e força na capital. Deve disputar eleição de deputado estadual em 2018.

Barbara Soeiro – Uma das mais combativas, mulher de fibra, defensora das comunidades e também não se cala diante de projetos absurdos e abusos da Prefeitura de São Luís. Tem futuro político pela frente e pode pensar em disputar outros cargos.

Ricardo Diniz – Mostrou-se rebelde em relação ao PCdoB e deve deixar as fileiras comunistas. Defendeu projeto Escola sem Partido e causou mais ira da ala esquerdista. Mas mantém a postura de pragmático. Também deseja disputa o cargo de deputado estadual em 2018.

Chico Carvalho – O mais experiente no parlamento funciona como uma espécie de conselheiro de todos os vereadores, se movimenta bem, muito habilidoso e também é muito respeitado por lideranças estaduais. Ainda tem chances de um dia voltar a comandar a Câmara Municipal.

Osmar Filho – Pretenso novo presidente da Câmara, porém não tem carisma e nem apoio entre seus pares. Boa parte dos vereadores o taxam como omisso. Foi um desastre enquanto líder do governo Edivaldo entre 2014-16. Também não apresenta boa desenvoltura no parlamento. O pai é o grande articulador de suas ações dentro e fora do parlamento. É bem quisto pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior.

Pavão Filho – Sempre com interesses voltados para si, assim como foi na Assembleia Legislativa, o vereador trabalha de forma habilidosa para retornar a Assembleia Legislativa. Porém foi acometido por problema de saúde no fim desse ano, ainda não se sabe como chegará em julho de 2018. No parlamento é muito habilidoso e tem muitas ramificações nas estruturas administrativas do estado.

Raimundo Penha – Vereador jovem e com muita disposição, mas esbarra nos interesses do prefeito Edivaldo e deputado federal Weverton Rocha, a quem deve explicações. Não foge dos embates com os colegas do parlamento quando o confrontam e mantém uma agenda intensa pela cidade. Se fosse oposição teria mais destaque.

Afonso Manoel – Vereador com a experiência de três mandatos como deputado estadual (1 suplente e 2 como titular). Tem um estilo conciliador, não traz problemas para ninguém. Defensor do segmento católico. Em 2018 vive a dúvida de voltar a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou a sua esposa, Helena Duailibe, ser a candidata.

Beto Castro – Conhecido pelas polêmicas dentro e fora da Casa, o vereador agora é conhecido como o homem do asfalto. Já se meteu em muita confusão e parece que vai continuar no meio também de outras em 2018. É candidato a deputado estadual e dizem que é um dos mais fortes na disputa, dinheiro não vai lhe faltar, afinal “sua palavra vale um tiro”. Sobre as suas duas identidades, o próprio diz que já pagou pelo seu crime. É aliado de Osmar Filho, juntos querem chegar ao comando da Câmara.

Nato Júnior – Passou 2017 apagado. O pai, Nato, ainda é a referência.

Aldir Júnior – Até ensaiou alguns duros posicionamentos, mas como não seguiu o conselho do tio – Josimar de Mraanhãozinho – que orientou a romper com o prefeito Edivaldo, preferiu o silêncio e se tornar apenas mais um entre os 31. Teve embate com o presidente Astro de Ogum, mas foi enquadrado.

Pereirinha – Desde que deixou a presidência vive um ostracismo.

Marcelo Poeta – Eleito com a força do asfalto é mais um figurante dentre aqueles que fazem o bom papel de só balançar a cabela para o prefeito Edivaldo e o governador Flávio Dino.

Chaguinhas – Vereador com conteúdo, aguerrido, bravo e que mostrou ter coragem para enfrentar o prefeito e até o governador. Porém aos poucos adotou um tom mais comedido, mas garante que em 2018 será oposição total ao PCdoB.

Dr Gutemberg – Está mais preocupado com 2018, quando disputará uma vaga na Assembleia Legislativa. Dentro da Câmara adota uma postura de apaziguador. Poderia render bem mais em uma função no executivo.

Sá Marques –  Para quem conhecia o perfil do professor e sabe por qual chapa foi eleito em 2016, esperava-se um vereador bem mais atuante e aguerrido. Sua atuação causou decepção, mas ainda tem 2018, 19 e 20 para recuperar. Até suas críticas ao governo municipal sempre foram feitas com elogios, ou seja, querendo manter uma postura de independente, mas escondendo que é um governista.

Umbelino Júnior – Vez por outras sente os respingos dos problemas jurídicos do pai, Umbelino. Ensaiou uma postura de oposição ao prefeito, mas logo levou um cala boca de Weverton. Foi eleito presidente do PPS de São Luís e logo em seguida declarou apoio ao pedetista. Chamado atenção declarou que seus senadores são Weverton e Eliziane. Deseja concorrer a Assembleia Legislativa. Com o dinheiro que tem, pode chegar lá, mas quem vai pagar o preço é a população de Turiaçu.

Concita Pinto – Atuação apagada. Tirou uma licença e em 2018 estará dedicada a campanha do marido, Jota Pinto.

Josué Pinheiro – Desde o governo Castelo minguou. Hoje tá no PSDB, mas não sabe se tá também. Faz um papel figurativo no parlamento municipal.

Edson Gaguinho – Vereador de comunidades. Se esforça na medida do possível para atender as demandas sociais, mas lhe falta experiência e é mais um da cota que faz que o prefeito Edivaldo quer.

Genival Alves – Só é lembrando pela alcunha de “Baba Baby” e por ser fiscal da presença de vereadores. Mas é forte candidato por ser o pior vereador da atual legislatura.

Silvino Abreu – Atuação fraca, mas está de olho em 2018.

Cézar Bombeiro – Outro que se esperava muito mais pelo seu histórico de militância. Mas ficou conhecido por implorar para ser chamado pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior, não quer ser mais independente, quer ficar na turma de “Baba Baby”.

Joãozinho Freitas – Suplente de Pedro Lucas, encerra sua temporada de fazer homenagens aos outros entre fevereiro e abril de 2018. Mas deve voltar em 2019.

Paulo Victor – O vereador de uma tecla só. Falou de Uber o ano todo. Chega a desconfiar que existe algum acordo comercial entre as partes. Ainda não conseguiu a aprovação da liberação do aplicativo. Deve ficar no cargo até 2020, quando somente, Ivaldo Rodrigues retornar ao cargo.

Antônio Garcez – Assumiu o cargo de vereador após a morte de Edmilson Jansen e agradeceu a Deus pela oportunidade em sua posse. Por aí já se define o vereador.

Fátima Araújo – Enquadrada pelo PCdoB. A vereadora é aquela tradicional figura representante de bairro. Pouco conteúdo e muito popular. Tem uma grande atuação no segmento social e assistencialista.

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