O rugir dos Leões: “os felinos (palacianos) mostram suas garras afiadas contra a democracia”

Adriano Sarney na tribuna 27 06 2015por Adriano Sarney

Contra fatos não há argumentos. Os indícios de que o Governo do Maranhão usa a Segurança e a Comunicação para perseguir dissidentes e adversários políticos, manipular a população e influenciar o pleito eleitoral desse ano são incontestáveis. O aparelhamento do Estado não seria o único desrespeito à democracia, os aliados de primeira hora do governo também estão recebendo dezenas de milhões em convênios, enquanto os municípios geridos por adversários passam por dificuldades, um verdadeiro desrespeito com o povo.

Filiado ao PCdoB e ex-candidato a vereador de São Luís, o Secretário de Segurança é acusado em gravações disponíveis na internet de transferir policiais de suas cidades em pleno período eleitoral. Segundo o Major Genilson Cordeiro, de Imperatriz, os perseguidos são os policiais que declararam voto contrário ao projeto comunista. Não satisfeito com as transferências arbitrárias, a Segurança prendeu o Major, um ato de claro desrespeito ao direito da livre expressão, uma conquista democrática e protegida pela nossa Constituição.

Dentre tantas outras arbitrariedades espalhadas pelo Estado, há notícia de que alguns policiais estão sendo deslocados para o interior para atropelar os procedimentos, as licenças e a autonomia municipal com o intuito de forçar ações eleitoreiras do governo, como se o Maranhão fosse uma terra sem leis.

Infelizmente, enquanto o governo tenta usar a força para influenciar o pleito eleitoral, no presídio de Pedrinhas os detentos se rebelam, o número de crimes aumenta, as explosões a bancos batem recorde e os ônibus e escolas da capital são atacados por membros de facções. No entanto, nada disso é culpa dos guerreiros e guerreiras maranhenses que fazem parte da corporação. Mas de seu comando maior.

De um lado a tentativa de uso político da polícia, do outro uma verdadeira manipulação das massas pela propaganda política em época eleitoral. O uso do poder econômico é evidente. Desde o início da atual administração nunca se viu tantas inserções em veículos de comunicação. Programas, projetos e obras que ainda nem saíram do papel aparecem como realizações concretas, como é o caso do programa Mais Empregos que contrasta com a queda de geração de empregos durante o governo comunista. Em 2014, a nossa economia gerou mais de 17.000 vagas de trabalho, ao passo que em 2015 tivemos um resultado de menos 16.000 vagas, praticamente o que foi criado no último ano de Roseana foi perdido no primeiro ano de Dino. A Estação de Tratamento de Esgotos do Vinhais, obra com recursos federais iniciada no governo passado, que foi “vendida” como uma iniciativa dos comunistas para solucionar o destino de 40% do esgoto de São Luís, funciona com apenas 1 gerador de um total de 12 previstos no projeto. Outro exemplo é o resultado do IDEB 2015 que é relativo aos esforços de 2014, como relatou em artigo a Professora Consuelo Magalhães, mas aparece como mérito do atual governo.

A propaganda política que tenta passar um governo trabalhador e realizador é colada aos programas eleitorais do candidato do Palácio à prefeitura de São Luís para simular uma parceria bem-sucedida. Contudo, quando passarem as eleições e tudo voltar ao normal, sem propagandas, sem trabalho da prefeitura, assim como foram os primeiros 3 anos e meio da atual gestão municipal, o cidadão perceberá que foi violado pela propaganda enganosa e pelo poder político. Mas o marketing dos governistas sempre tem uma desculpa, a mesma que os fizeram ganhar as eleições; é tudo culpa da “oligarquia”.

O circo de arbitrariedades não acaba por aí. A discrepância nas alocações de recursos financeiros do governo entre os municípios nos leva a crer em convênios eleitoreiros e ilegais. Duas cidades polo, Pinheiro e Caxias, a primeira gerida por adversário político do governador recebeu em 2015 e 2016 apenas R$ 1.831.852,40 em convênios, enquanto a Caxias de seu maior aliado político recebeu incríveis R$ 44.191.496,81. Os números falam por si só.

Atribui-se ao líder comunista Lenin a frase que diz: “acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é!” O governador Flavio Dino aprendeu a lição e em seu discurso de posse esbravejou que os Leões não iriam mais “rugir para o povo.” A verdade é que hoje, mais do que nunca, os felinos mostram suas garras afiadas contra a democracia, conquistada a duras penas pelo povo.

*Economista, administrador e Deputado Estadual PV-MA

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