Deputado alerta para prejuízos com a exportação de animais

O deputado estadual Edilázio Júnior (PV) alertou ontem os colegas na Assembleia Legislativa para eventuais riscos e prejuízos inevitáveis para produtores de carne bovina e consumidores do estado, com o início da exportação de bois vivos para a Venezuela, no Porto do Itaqui.

A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) iniciou domingo a operação de embarque de carga de 5 mil bois em pé, no Itaqui, após o Porto da Vila do Conde, situado no Pará, ter ficado impedido de realizar este tipo de procedimento.

No dia 6 de outubro um navio da bandeira libanesa Haidar afundou com 5 mil bois vivos no Porto da Vila do Conde, em Barcarena, no Pará. Em decorrência da tragédia, este tipo de operação foi suspensa no estado vizinho, até que o navio e toda a carga perdida seja retirados do mar. Foi justamente por isso que o Porto do Itaqui iniciou domingo a realizar o embarque de carga viva, no berço 100.

“Venho aqui a este tribuna justamente discordar com fundamentos, de alguns colegas que vieram aqui destacar a exportação do boi em pé no Porto do Itaqui. Nós não podemos, depois da tragédia ambiental que aconteceu lá no Pará, trazer para cá o que não deu certo. Isso [exportação de boi vivo] nunca foi bandeira do governador Flávio Dino, nunca foi bandeira do secretário de Agricultura, muito menos da Indústria e Comércio. Só apareceu este tipo de exportação depois da tragédia no Pará”, disse.

Preço ­ Ele afirmou que um dos problemas já detectados, diz respeito aos prejuízos que deverão ser acumulados pelos frigoríficos do estado. Edilázio revelou que os frigoríficos atuam com a sua capacidade reduzida no Maranhão, em decorrência da carência de oferta carne bovina no Maranhão. Com a exportação, a tendência é de que o preço do produto aumente.

“Os frigoríficos trabalham não trabalham com toda a sua capacidade diária para abater gado, por falta de matéria prima. Falta gado para abater nos frigoríficos. O Frigotil, Fribal, JSB, para citar somente alguns, já atuam com dificuldade. Com essa exportação do boi em pé é óbvio que o preço vai aumentar por causa da escassez em nosso estado. O preço para o consumidor final também vai aumentar”, completou.

O parlamentar mostrou que países com produção de carne bovina de qualidade e valorizada no mercado, não optam pela exportação de bois vivos. “Em qualquer lugar do mundo que você vá, como nos Estados Unidos, por exemplo, no restaurante você come a picanha argentina, a carne uruguaia, o bife de Kobe, que é uma raça japonesa. Eu nunca vi o Japão exportar o boi em pé. Nunca via a Argentina exportar o boi em pé para ele vir para algum matadouro no Maranhão ou para frigorífico. A carne é trabalhada nos frigoríficos de lá, gera emprego lá, e não aqui. Nós estamos exportando boi vivo para a Venezuela. O emprego vai ser gerado lá. Os frigoríficos da Venezuela é quem vão lucrar, enquanto aqui receberemos a carne mais cara”, completou.

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