Kátia Bogéa deixa o IPHAN. Secretário do governo Flávio Dino assume o cargo

Kátia Santos Bogéa deixa o cargo de superintendente do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) no Maranhão esta semana. A sergipana radicalizada no Maranhão já foi comunicada que vai ocorrer uma troca no comando do órgão federal e na última quinta-feira (15), já se despediu do posto durante uma reunião com empresários de São Luís que discutiram os últimos pontos sobre o inicio da reforma da Rua Grande que vai começar dia 4 de janeiro. No lugar de Kátia vai entrar Alfredo Alves Costa Neto  que está como secretário adjunto de Desenvolvimento Urbano no governo Flávio Dino (PCdoB). A informação foi divulgada e confirmada por fontes ligadas ao deputado federal Waldir Maranhão (PP), responsável pela indicação.

A saída de Kátia Bogéa já era esperada, desde a entrada de Flávio Dino no governo do Maranhão existia um grande apelo pela troca da superintendente do IPHAN, afinal muitos comunistas e aliados defendiam que Kátia era aliada da família Sarney. Inicialmente o projeto seria colocar Aquiles Andrade da Fundação de Patrimônio Histórico no cargo, porém não houve andamento nessa tentativa. Depois o PT entrou na jogada e alguns tentaram apresentar o nome de Nonato Chocolate, porém fracassaram também.

Mesmo sabendo que sua situação era delicada no IPHAN, Kátia Bogéa ainda tentava se manter no cargo. No inicio de outubro, a superintendente do Patrimônio Histórico do Maranhão teria feito um apelo para aliados do governador, “por favor me ajudem a acabar com essa briga do Flávio (Dino) comigo”. De acordo com o que foi apurado, além de se manter no cargo, Kátia queria a volta dos repasses para continuar obras que estavam paradas. Para amenizar o clima com o chefe do executivo estadual, a superintendente não entrou na polêmica das grades nas janelas de proteção do Palácio dos Leões e ainda fez uma “rasgação” de seda para o governador durante a inauguração da Fábrica Santa Amélia (7 de outubro).

Kátia Bogéa ficou conhecida por ser dura na fiscalização do patrimônio histórico do Maranhão e por lutar para a vinda de recursos para recuperação de imóveis seculares, tanto que era alvo de críticas do empresariado local, afinal as imposições do IPHAN traziam problemas para aqueles que atuavam no Centro Histórico da capital. A superintendente do órgão no Maranhão tem 30 anos de carreira federal, muitos deles dedicados ao estado.

O próximo gestor, Alfredo Alves Costa Neto que deve ser nomeado até o dia 21 de outubro e assumir o cargo no dia 23, terá o desafio de concluir o PAC Cidades Históricas no Maranhão. Só no estado existe uma estimativa de repasse de R$ 133,2 milhões que serão destinados a 44 ações em requalificação urbana, obras em igrejas, fortaleza, estação ferroviária, monumentos e imóveis protegidos, segundo dados do IPHAN nacional.