OAB e SMDH entram com representações contra Polícia Militar por tortura e execução

A Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão e a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos entraram com representações contra Policiais Militares do grupo denominado ROTAM (Ronda Ostensiva Tático Movel). O motivo: morte e tortura de pessoas.


De acordo com os relatórios obtidos de forma exclusiva por esse blog, a OAB e a SMDH, pedem a elucidação dos seguintes crimes:

1 – Um entregador de pizzas do Bairro de Fátima foi brutalmente espancado, injuriado publicamente e colocado na mala de uma viatura da Rotam. De acordo com os relatos a vítima foi algemada e teve spray de pimenta acionados nos olhos. Depois o levaram para Via Expressa, onde houve nova sessão de tortura, com requintes de crueldade. Segundo informações a vítima apanhou novamente com chutes, socos e pontapés. Pisões no rosto e no peito, golpes de canivete, tentativa de introdução de um pedaço de madeira no ânus. A tortura teria sido encerrada com um disparo na perna da vítima. Apesar de todas essa brutalidade, os policiais nada encontraram com a vítima.

2 – Um rapaz domiciliado na cidade de Pinheiro foi brutalmente executado. A vítima estava com a esposa grávida, quando foi alvejado por policiais que faziam a campana na rua, à paisana. O rapaz teria recebido os primeiros tiros ainda na porta de casa. Desesperado, conseguiu subir até o telhado da residência, onde acabou sendo alvejado por vários tiros. De mãos pra cima e implorando pela vida, foi atingido com mais tiros, desferidos por policiais que invadiram sua residência, apesar da resistência de seus pais e familiares, que assistiram tudo. A esposa da vítima ainda teria sido agredida por um policial e a mãe do rapaz recebeu um chute de um policial, ao tentar subir a escada, para impedir a execução de seu filho, além de ter uma arma apontada para si.


Estes são apenas alguns de uma série de mortes violentas praticadas por policiais militares no Maranhão. A OAB e SMDH já receberam denúncias de 28 mortes e 1 desaparecimento provocados por membros da Rotam.

Recentemente, membros da OAB estiveram reunidos com o secretário estadual de Segurança, Jeferson Portela, porém o gestor público teria feito pouco caso da situação. Segundo, um conselheiro da OAB que participou do encontro, o secretário apresentou-se de forma arrogante e raivosa contra as denúncias apresentadas.

É óbvio que a Polícia deve fazer seu papel de proteger a população, mas é evidente que estão ocorrendo excessos e isso é extremamente preocupante, pois qualquer pessoa pode se tornar vítima dessas atrocidades praticadas por membros da Rotam. O pior é o governo do estado fechar os olhos para as denúncias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *