Gastão Vieira diz ser um dos responsáveis pelo sucesso da Copa do Mundo no Brasil

Tido como um dos melhores nomes da política maranhense. Gastão Vieira se prepara para uma disputa diferente: o Senado. Após ser deputado estadual, deputado federal, secretário de estado e ministro, o peemedebista diz estar pronto para uma nova missão, que é totalmente diferente das outras. Para alcançar este objetivo, ele relata sua experiência e cita como exemplo o sucesso da Copa do Mundo no Brasil. Ele afirma que estava totalmente focado nesta questão, inclusive deixou a política de lado.

Sobre o cenário maranhense, ele diz estar totalmente favorável ao seu grupo e que ao lado de Lobão Filho, ele será o responsável pela condução do processo de renovação do seu grupo. Gastão Vieira ainda fala qual será sua principal bandeira no Senado.

Confira a entrevista exclusiva na íntegra:

O Imparcial – Inicialmente o senhor não demonstrava interesse na disputa pela vaga de senador. O que mudou?

Gastão Vieira – Acredito que a mudança do quadro político, afinal a política ela é mutável, assim como a história muda. Certo momento eu percebi, que existia uma oportunidade política muito grande. Desde que entrei na política, tive o sonho de disputar um cargo majoritário. Devemos entender que as circunstâncias eram diferentes com a presença da governadora Roseana Sarney, sem ela o cenário foi modificado, afinal Roseana seria imbatível. Mas com a saída, decidi me apresentar para esta disputa.

O seu nome foi escolhido para a disputa do Senado, bem antes da convenção partidária. Isso demonstra uma confiança e uma unidade em torno do seu nome?

Olha eu tenho um capital político ao longo desses anos como deputado estadual, federal, secretário de estado e ministro. Meu capital político estava maduro para ser colocado na mesa e ser apontado como candidato ao Senado. A questão de eu ser um candidato competitivo, pesou também. Mesmo com João Castelo na disputa, existia vários municípios em que eu vencia a eleição. Outro ponto importante destacar é a questão do PMDB, que tem uma prioridade de recompor sua bancada no Senado. Outra questão também é necessária ressaltar é que os dois prováveis adversários naquela época, o João Castelo e o Roberto Rocha, tem origens no PSDB, ou seja, houve um engajamento ainda maior do governo federal para que eu entrasse na disputa.

Como o senhor disse, vários cargos já foram ocupados pelo Gastão Vieira. Mas qual é a diferença do Senado para estas demais ocupações?

O Senado é completamente diferente. Ser senador é ser governador do campo legislativo. É o máximo que você pode alcançar no legislativo. O Senado é uma Casa revisora. Aquilo que a Câmara aprova ou propõe, cabe o Senado aprovar ou devolver. Ao contrário dos deputados federais, o senador representa o estado como um todo. Além de discutir assuntos importantes, como taxa de juros, política externa, política econômica, por isso o Senado é uma casa completamente diferente das outras.

Caso o senhor venha ser eleito, o Maranhão terá três representantes do PMDB. A oposição crítica muito isso. Como o senhor analisa esse fato?

Os senadores que lá estão, foram legitimamente eleitos pelo PMDB. O próprio Cafeteira foi eleito em outras oportunidades pelo PMDB. Não vejo nenhum problema nisso. A alternância quem decide é a população. Não vejo nenhum problema o PMDB ter três representantes maranhenses no Senado.

O seu grupo político passa por um processo de renovação. O senhor acredita que esta oxigenação, ocorreu no momento certo ou foi deixada pra em cima da hora?

Eu acredito que estamos no momento correto. Se você observar, foram sucessivas manifestações de retiradas da vida pública. Começou com o senador José Sarney, que abandona uma disputa no Amapá, que ele tinha amplas chances de sair vitorioso, afinal ele fez muito pelo Amapá, ao contrário do que muitos dizem. Existe um reconhecimento do povo de lá. A Roseana Sarney decidiu se retirar da política. O Cafeteira anunciou sua aposentadoria aos 90 anos. Lobão e João Alberto também já anunciaram que param daqui 4 anos. Então a responsabilidade da condução e transição desse grupo está com Lobão Filho e comigo.

O senhor acredita na vitória do Lobão Filho para governador e quais características que ele possui, que podem leva-lo a vitória?

Eu acredito sinceramente na vitória, não só por ser um desejo pessoal, mas por estar acompanhando de perto a recepção da população. Nós tínhamos um excelente nome para disputa, que era o Luís Fernando, ele é um grande conhecedor das questões do Maranhão. É um executivo de sucesso. Por onde passou deixou um rastro de sucesso. Mas a situação que vivemos hoje é de animação, de vontade de disputar uma eleição, de garra para vencer a eleição. Essas são características presentes no senador Lobão Filho. Ela consegue em palavras, traduzir esse sentimento. Ele traz força. E uma coisa que diferencia de todos os demais candidatos é que o Lobão Filho tem uma estrutura própria. Essas são as principais vantagens.

O senhor conta com o apoio da presidente Dilma e do PT. Isso pode ser fundamental para a sua vitória?

Sem sombras de dúvidas. O sucesso da Copa do Mundo, que nasceu sobre previsões de pessimismo, que o Brasil não conseguiria realizar a Copa. Eu fui responsável por isso, não fui coadjuvante. Três ministérios eram responsáveis pela organização da Copa: Esporte, Turismo e Justiça. A própria impressa internacional que criticou muito, está reconhecendo muito que esta é a Copa das Copas. É claro que a presidente Dilma é muito grata, por esse trabalho. Absolutamente natural também é o partido da presidente acreditar no meu nome para compor o Senado Federal. Nada caiu do céu, tudo é fruto de muito trabalho. Eu me joguei na questão da Copa, durante dois anos. Eu não estava fazendo política, eu estava focado na Copa. Por isso é natural que o PT e a presidente Dilma, tenham esse reconhecimento com o meu nome.

Então poderíamos dizer que o senhor é um dos responsáveis pelo sucesso da Copa no Brasil?

O sucesso de hoje, que é posterior a minha candidatura ao Senado. Eu sou parte, eu sou personagem, para que tudo ocorresse bem. Não foi isso que determinou eu ser candidato ao Senado, pois meu desejo de ser candidato nasceu antes do inicio da Copa.

O senhor que tem viajado o estado. Qual sentimento que a população maranhense tem neste momento?

Mudança. Eu diria que 90% da população almeja por um processo de mudança. Uma vontade enorme do que já foi feito, prossiga e que se vença novos desafios. O maranhense aspira uma mudança, mas que esta não venha de fora para dentro, mas sim de dentro para fora, como no governo federal. Assim como a presidenta Dilma é a mais preparada para continuar governando o Brasil, acredito que é o nosso grupo político que tem mais condições, preparo e relações para promover esse processo de mudança.

Muito se especula, que caso o senhor venha ser eleito, retornará ao ministério. Existe essa definição?

Nunca. Nenhum presidente faz esse tipo de negociação, antes da eleição. Então acho que essa especulação é natural, por conta do sucesso do meu trabalho como ministro. Muita gente achava que eu não conseguiria me sair bem, mas mostrei a todos um excelente trabalho. Reconheço que esses elogios e essa especulação me deixam envaidecido, mas não existe isso.

Como será a sua atuação no Senado?

Uma situação bem mais abrangente. Me dedicarei, assim como na Câmara ao setor da educação. Antes o Maranhão tinha dois campi do IFMA e a UFMA só estava em Imperatriz, além de São Luís. Eu fui um dos responsáveis por essa mudança de cenário. No Senado ainda se discute pouco sobre a educação, temos o Cristovam Buarque que levanta essa bandeira e eu posso ser outro a defender este tema. Isso eu falo na questão nacional. Já no âmbito local, é inadmissível que o Maranhão tenha um baixo percentual de saneamento básico. Essa política estruturante que mexe com água e esgoto, será minha grande bandeira no Senado. Nos primeiros quatro anos de mandato, eu espero que este problema esteja resolvido, pois destinarei minhas emendas para a resolutividade deste problema.

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