Edson Vidigal cria aplicativo para o eleitor “desvotar” os maus políticos

Blog do Manoel Santos

“Imagine se você pudesse desvotar aqueles políticos que receberam nossos votos, elegeram-se e depois esqueceram de nós? Com o Desvote é assim”. Esta é a proposta estampada no material de divulgação do aplicativo Desvote, que promete causar grande impacto nestas eleições. Trata-se de um aplicativo criado pelo advogado e professor Edson Vidigal, lançado candidato a deputado estadual durante a convenção do Partido Trabalhista Cristão (PTC), realizada na última segunda-feira (30).



O aplicativo, que é como se fosse uma urna eletrônica às avessas, faz parte de um projeto de Vidigal, chamado “Muitos” que, segundo ele, tem como objetivo promover o que chama de “inclusão política”. Ele explica que o Desvote foi concebido para fomentar a participação do cidadão na política, de modo que o eleitor tenha a chance de analisar o desempenho de seus atuais representantes, podendo reprovar os que não vem fazendo jus ao mandato que lhes foi conferido pelo povo.

A ideia, segundo Vidigal, surgiu do projeto Muitos – que visa fomentar a inclusão política, com uma comunidade no facebook -, e que possui várias ferramentas. Delas, a primeira é justamente o aplicativo Desvote, que deve ser lançado antes do final do mês, mas já está disponível na internet em fase de testes.

Aos 40 anos de idade, o advogado Edson Vidigal diz que passou 20 anos do outro lado do balcão, como servidor concursado da Justiça Eleitoral. Ele ocupou vários cargos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. E até o ano passado ocupava o cargo de chefe de gabinete da Secretaria Nacional do Ministério do Esporte. Agora, ele se lança a um novo desafio, como candidato a deputado estadual pelo PTC.

Em visita ao Jornal Pequeno, o advogado demonstrou o funcionamento do aplicativo e, nesta entrevista ao JP, falou sobre assuntos como empoderamento do cidadão, exclusão política, financiamento de campanha e o que ele chama de “puderosos de plantão”:

Jornal Pequeno- O que é o Desvote?


Edson Vidigal – O Desvote é um aplicativo criado para fomentar, de maneira lúdica, a fiscalização do cidadão sobre a atuação de seus representantes eleitos. Ele oferece mais uma forma para que se possa manifestar e compartilhar opiniões com a sociedade. É uma urna virtual onde você acessa todos os políticos atualmente com mandato, muitos que concorrerão de novo nessas eleições, e escolhe para “desvotar” aqueles que não cumpriram suas promessas ou não se mostraram dignos de confiança. A partir daí é gerado um comprovante de “desvotação”, com os nomes, partidos e fotos de cada candidato “desvotado”, bem como o desabafo de cada eleitor, que poderá ser compartilhado nas redes sociais.

JP – Como surgiu a ideia do Desvote?

Vidigal
– Já há algum tempo, tenho conversado com muitos amigos na tentativa de organizar uma atitude capaz de promover a inclusão política. De agregar as pessoas de bem que estejam insatisfeitas, reclamando por mudanças, não só no Maranhão, como no país. Tais pessoas foram levadas a se abster da vida pública, por aversão a toda essa nojeira que acontece em nossa política.
Daí surgiu o projeto “Muitos”, que visa oferecer ferramentas capazes de empoderar o cidadão contra os abusos de poder político e econômico que diariamente sofremos. O Desvote é a primeira de muitas destas ferramentas que estamos desenvolvendo e que serão lançadas em breve, ainda durante essas eleições.

JP – De que forma as pessoas poderão ter acesso ao aplicativo?
Vidigal – O aplicativo já está disponível na internet, ainda em fase de testes, mas já pode ser acessado no endereço www.edsonvidigal.com.br . Neste endereço, as pessoas encontrarão, em breve, muitos meios de se empoderar contra os “puderosos de plantão”.

JP – Como se pode proporcionar esse empoderamento ao cidadão e quem são esses “puderosos de plantão”?
Vidigal – O governo muito fala que promove a inclusão social, com programas de distribuição de alimentos, de bolsas, de empréstimos e outras formas demagógicas de aliciamento da população mais carente. Muitos mecanismos que, ao invés de libertar os cidadãos, apenas os transforma em reféns dos “puderosos de plantão”, que são aqueles políticos que se perpetuam no poder por meio da manutenção da miséria, da ignorância e da alienação das pessoas. Ou seja, da exclusão política. O que realmente o cidadão precisa é de “inclusão política”, é de ser ouvido, fazer parte das tomadas de decisões, ser respeitado e de fato exercer o poder político do estado, que é seu, e não desses “puderosos”. Só por meio do esclarecimento, do envolvimento, da capacitação política dos cidadãos, é que será possível nossa libertação.

JP – Além do Desvote, que outras ferramentas advirão deste projeto?

Vidigal
– Já estamos desenvolvendo outro aplicativo que irá expor aos cidadãos as fortunas que cada um dos atuais políticos gastou em suas campanhas, bem como as empresas que os financiaram. Atualmente, o maior problema de nossa democracia é o financiamento de campanha por parte de empresas, que leva à corrupção na Administração Pública, manipula as eleições e transforma os eleitores em coisas a serviço dos interesses dos “puderosos de plantão”. Cheguei a essa conclusão após 19 anos trabalhando na Justiça Eleitoral, já tendo participado, diretamente, de 12 eleições no país e uma em Moçambique.

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