Educação: as reivindicações, os fatos e a responsabilidade

Na última semana, a cidade de São Luís assistiu, atônita, a uma série de protestos motivados, pura e simplesmente, por desencontro de informações. Até aí, nada de muito novo, dada a enorme quantidade de boatos que têm pipocado na mídia maranhense nos últimos meses. Desta vez, porém, houve um agravante: o perigo a que ficaram expostos crianças e adolescentes da nossa cidade.

Há exatamente uma semana, no dia 12 de maio, populares fecharam a rua Rio Branco, no Centro. Trata-se de uma das vias de tráfego mais intenso da nossa cidade. A reivindicação: haveria uma ação de despejo, movida contra a Prefeitura de São Luís pela proprietária do prédio onde funciona a escola Bandeira Tribuzzi, da rede municipal de ensino de São Luís. O fato: a tal ação nunca existiu e as aulas na escola continuam funcionando normalmente.

Três dias depois, outra questão mal-resolvida. Um raio cai ao lado de uma escola na zona rural de São Luís. A carga elétrica se espalha pelo solo, eletrifica as paredes, e pais e crianças assustados organizam um protesto, bloqueando a BR-135 por mais de seis horas. A reivindicação: reforma da escola. O fato: a obra já estava prevista no cronograma de recuperações emergenciais da Semed.

Nos dois casos, o protesto começou pacífico, com pais e mães de alunos. Nos dois casos, desconhecidos e arruaceiros se apropriaram da manifestação alheia, ateando fogo aos pneus. O que se viu foi uma cena perigossíma: crianças correndo e brincando, a poucos metros da fogueira e da fumaça tóxica.

Para completar, no final de semana ainda se divulgou, erroneamente, que uma professora de uma certa escola Morada do Sol, da rede municipal de ensino de São Luís, havia sido agredida por pais de alunos em sala de aula. O fato, ainda que lamentável e merecedor de todo repúdio, é que a tal escola, na verdade, pertence à rede de ensino de Imperatriz.

Diante de tudo isso, só nos resta pedir que esta seja a semana da responsabilidade e do diálogo. Que não se impeça o direito de ir e vir de milhares de pessoas por problemas que a Secretaria de Educação já está resolvendo. E, principalmente, que haja responsabilidade, cuidado e paciência para dialogar antes de se expor a tamanho perigo.

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