Casarões do Centro Histórico serão recuperados por meio de parceria do governo com a UFMA e Petrobras

O Governo do Estado investe em ações para recuperar e revitalizar os casarões do Centro Histórico de São Luís. Com esse objetivo, a governadora Roseana Sarney assinou, nesta sexta-feira (16), no Palácio dos Leões, convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e Petrobras, que garante o repasse de R$ 11 milhões para a restauração da Fábrica Progresso, onde funcionou o Sioge. O prédio foi cedido pelo governo estadual à Ufma para implantação do Núcleo de Arqueologia do Maranhão.

“O patrimônio cultural que possuímos é único, sendo fundamental esse esforço em conjunto para a recuperação e preservação da nossa arquitetura, especialmente da Fábrica Progresso”, declarou a governadora Roseana Sarney. Ela explicou que o prédio, construído no final do século XIX, onde funcionou o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (SIOGE), vai se somar à Faculdade de Arquitetura da Uema, na Rua da Estrela, e ao prédio anexo que também será restaurado para ocupação da Faculdade de História.

“Não adianta recuperar sem dar sentido aos casarões, que precisam ganhar vida e podem ser ocupados de maneira a preservar nossa cultura”, defendeu Roseana Sarney. A governadora ressaltou que a iniciativa se soma a outras que já estão sendo realizadas, como a recuperação da Igreja da Sé e as demais obras previstas no PAC Cidades Históricas. “Deixamos tudo sob a coordenação do Iphan, a nossa contrapartida já está garantida, que são os R$ 16 milhões, além da contratação do gerenciador das obras”, revelou.

Além da governadora, assinaram o convênio a presidente nacional do Iphan, Jurema Machado; vice-reitor da Ufma, Antônio José Oliveira, superintendente do Iphan-MA, Kátia Bogea; e o gerente geral de Implantação da Refinaria Premium I da Petrobras, Paulo Turazzi de Carvalho.

A presidente nacional do Iphan, Jurema Machado, elogiou a iniciativa do governo estadual em trabalhar em prol da preservação dos casarões históricos. “Acreditamos que o Maranhão será referência mundial de patrimônio cultural. As parcerias têm sido fundamentais, não apenas financeiramente, mas também para que as obras aconteçam e os imóveis tenham uma boa utilização, não adianta recuperar sem que haja uma ocupação responsável”, ressaltou.

Fábrica

O prédio da Fábrica Progresso foi cedido pelo Governo do Maranhão por vinte anos à Ufma. Com cerca de 4,4 mil metros quadrados, o espaço será totalmente restaurado com acompanhamento técnico para instalação do Núcleo de Arqueologia, que terá como missão a guarda e catalogação do material arqueológico que é, legalmente, de propriedade da União

Segundo o vice-reitor da Ufma, Antonio Oliveira, a primeira concepção da Ufma era de que a universidade seria instalada na área do Centro Histórico, como defendia pelo reitor Odylo Costa Filho. “Aos poucos isso vem acontecendo, já ocupamos a Fábrica Santa Amélia, o Palacete Gentil Braga, o Palácio das Lágrimas e hoje estamos recebendo do governo estadual o prédio da Fábrica Progresso”, explicou.

Ele disse que o novo espaço também será utilizado para estudos e pesquisas de interesse público de relevância para o patrimônio arqueológico. O Centro contará com área para exposição permanente sobre o Patrimônio Arqueológico do Maranhão, com uma mostra que abrigará as mais de 70 mil peças encontradas nas escavações feitas no terreno da refinaria Premium I, no município de Bacabeira (MA). O edifício terá ainda laboratório, reserva técnica para abrigar os achados arqueológicos e salas de aula. No local também funcionará o curso de história e a pós-graduação.

Anexo do prédio de História da Uema

Ainda no âmbito do PAC Cidades Históricas, na mesma cerimônia, foi assinada a ordem de serviço que autoriza o início da obra de reforma e adaptação do prédio que sediará o anexo da Faculdade de História da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

O casarão fica situado à Rua da Estrela, nº 341, Centro Histórico de São Luís. O investimento será no valor de R$ 2,6 milhões. Presentes, o diretor geral do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida; e o reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), José Augusto Silva de Oliveira

Inventário cultural

Ainda no âmbito do licenciamento ambiental, o Iphan-MA apresentou à Petrobras a proposta para a realização do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) das cidades de Rosário, Santa Rita e Bacabeira. O resultado do inventário foi entregue durante a cerimônia no Palácio dos Leões. A governadora a entregou o documento à prefeita de Rosário, Irlahi Linhares.

O estudo consiste no mapeamento e registro das manifestações culturais e artísticas de um povo. O objetivo é reconhecer o saber e fazer, divulgar e fortalecer a história e identidade cultural de determinadas comunidades, assegurando e garantindo o direito à memória.

O inventário traz informações sobre a importância histórica e cultural, aborda comunidades tradicionais quilombolas e ribeirinhas do Itapecuru-Mirim e o modo de vida baseado na agricultura familiar, pesca e extrativismo vegetal. O estudo também apresenta a arquitetura religiosa colonial e eclética assim como as manifestações culturais através das danças do coco e o tambor de crioula, entre outras. Por intermédio do inventário cultural, se reconhece o papel da comunidade como agente principal de suas práticas culturais e perpetuação do seu saber e consequentemente sua valorização.

O resultado do mapeamento vai ser disponibilizado para todas as escolas dos três municípios inventariados. Acompanham a publicação dois DVDs, sendo o primeiro, o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) e o segundo o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão (SICG).

Para a prefeita de Rosário, Irlahi Linhares, o inventário é um documento importante, pois representa a história dos primeiros moradores do município. “Rosário é a quarta cidade mais antiga do Maranhão, referência de cultura e que vai ganhar um acervo que vai servir de referência para a população”, declarou.

O gerente geral de Implantação da Refinaria Premium I da Petrobras, Paulo Turazzi de Carvalho, disse que muitas peças foram encontradas durante as obras de terraplenagem da refinaria. “São achados arqueológicos, peças datadas de mais de nove mil anos atrás, que precisam ficar expostas para que a população conheça os vestígios dos primeiros moradores do Maranhão”, destacou.

Após a solenidade no Palácio dos Leões, a governadora Roseana Sarney, a presidente nacional do Iphan, Jurema Machado, e comitiva seguiram para Codó, onde foi entregue a obra de restauro da Estação Ferroviária e do Memorial da Cidade.

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