“Precisamos de um nome palatável”, diz Arnaldo Melo

O IMPARCIAL
RAIMUNDO BORGES

“Luís Fernando cresceu muito no meu conceito ao divulgar uma nota em que perpassa a retidão e verdadeira face de sua personalidade. Ele foi impecável”, foi o que disse ontem a O Imparcial, em conversa na Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, Arnaldo Melo (PMDB), avaliando a situação política em seu grupo peemedebista, depois da desistência do pré-candidato Luís Fernando Silva (PMDB) de concorrer ao governo.

Arnaldo traçou um histórico que recua para 2013, quando despontaram os primeiros nomes no grupo como prováveis candidatos a governador. Edison Lobão (PMDB), Max Barros (PMDB), João Abreu (PMDB) e depois Luís Fernando após ser removido da chefia da Casa Civil para a poderosa secretaria da Infraestrutura. Ele também, como presidente da Alema chegou a ser interpelado por correligionários: “Por que você não entra?”


Explicou que os motivos são vários, diante de uma disputa de tamanha responsabilidade e que exige além de esforço pessoal, estrutura para percorrer os 2017 municípios, dinheiro e capacidade de unir todo o grupo em torno do mesmo projeto.

“Não tenho dinheiro nem estrutura. Ao longo de seus mandatos de deputado estadual me considero em vivente e um sobrevivente da política. Muito menos iria usar a estrutura da Assembleia para me projetar como candidato”, acrescentou Arnaldo Melo. Negou ter participado de qualquer conluio relacionado com deputados governistas e da oposição visando ser indicado para a eventual eleição indireta, quando Roseana Sarney (PMDB) estava na iminência de renunciar ao mandato e disputar a eleição do Senado.

“Falaram muita coisa que não aconteceu. Aqui, nenhum deputado confirmaria esse suposto movimento, trama ou conspiração contra a candidatura de Luís Fernando na eleição indireta. Até porque a governadora Roseana Sarney nunca me falou a respeito de sua renúncia, nem o próprio secretário tratou desse assunto comigo”, relatou Arnaldo Melo.

Quando ao próprio Luís Fernando, segundo Melo, alguns deputados estaduais teriam criado um clima de expectativa e incentivado a embarcar no projeto da eleição indireta, depois que o marqueteiro Antônio Lavareda traçou os cenários da eleição de governador, que eram desfavoráveis ao ex-secretário de Infraestrutura. As chances aumentariam, porém, na hipótese de ele ser eleito para o mandato tampão, sendo candidato a governador.

Arnaldo Melo ainda falou: “Botaram na cabeça de Luís Fernando que ele poderia ganhar a eleição indireta e disputar com todos os instrumentos do governo em suas mãos. No primeiro momento, ele embarcou na ideia, mas depois recuou. Nunca me procurou para discutir isso”. Sobre conversa com Roseana, ela lhe telefonou no dia em que anunciou à imprensa que não iria sair do governo, o deputado atribui ter sido uma decisão pessoal.

Ao ser instado a analisar essa situação de crise no grupo Sarney, o presidente da Alema preferiu usar a expressão “situação crítica”. Ele soube pela imprensa que o candidato a governador será o senador Lobão Filho e percebeu, ontem, até dentro do plenário da Assembleia, um ambiente mais descontraído, do que na segunda-feira (7).

Ele disse que é candidato a deputado estadual, permanecer com sua postura de independência e trabalhar com quem o partido indicar. E lembra que o grupo governista já passou por outras situações tão complicadas como a atual e venceu, como por exemplo, em 1990, quando o nome do deputado Sarney Filho não decolou e tiveram que substituí-los por Edison Lobão. Coincidência? Lobão Filho está na área.

DUAS PERGUNTAS PARA ARNALDO MELO

O senhor ficou perplexo quando soube da desistência de Luís Fernando?

Não diria uma palavra tão forte. Fiquei surpreso, porque ele era o nosso candidato, preparado e talentoso para representar o nosso grupo. Estive com Luís Fernando em minha região e vi a sua desenvoltura nas reuniões e em lançamentos de obras.

E agora, como fazer uma candidatura começando praticamente do zero, com Lobão Filho?

Antes de tudo temos que encontrar um candidato palatável no grupo. O mais importante, porém, é esperar a avaliação da população, por meio de pesquisa.

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