Chefe da Casa Civil do governo diz que seu papel será estritamente técnico

Apesar de afirmar que pouco entende de política, a nova Chefe da Casa Civil já foi vitoriosa em eleições, na disputa do conselho estadual da Ordem dos Advogados Brasil (Seção Maranhão), foi eleita a conselheira mais jovem até então. Logo após, assumiu a presidência da Fundação da Memória Republicana, entidade que lhe deu uma boa visibilidade, o que deve ter favorecido a sua escolha para o principal cargo da administração estadual, depois da governadora.


Anna Graziela é firme em sua fala ao dizer que buscará proporcionar outro dinamismo e celeridade as obras do programa Viva Maranhão, que é financiando pelo BNDES, como ela gosta de enfatizar ao longo da entrevista. A nova secretária diz que deixará a parte política para a governadora e o secretário especifico da parte, mas não se omitirá de discutir qualquer tema com deputados e/ou prefeitos.

A jovem advogada confessa que o desafio que tem pela frente não será fácil, mas demonstra interesse e principalmente um caráter de austeridade nas contas públicas.

Confira na íntegra a entrevista:

Você foi eleita a mais jovem conselheira da OAB-MA, presidiu uma das maiores instituições do Estado, a Fundação José Sarney. Surpreendeu o convite para assumir um dos cargos mais importantes do Estado?

Anna Graziela – Eu acho que o trabalho que eu consegui desenvolver na Fundação, talvez tenha demonstrado para a governadora a possibilidade de ver em mim a capacidade de servi-la mais próxima e desempenhar uma função que ela deseje mais celeridade, com foco especial nas obras do Viva Maranhão, financiadas pelo BNDES. A intenção dela, eu acredito, é que após observar meu trabalho na Fundação, ela queira que eu dê a mesma dinâmica que acabei proporcionando naquele órgão.

O que você conhece de política que possa facilitar uma intermediação de crise de governabilidade?

Quanto a essa questão não gostaria de entrar neste mérito. Pois é claro que de política entendo muito pouco ou quase nada. É importante que se traga a tona esse debate para explicar, que sim, a Casa Civil tem o seu papel político, mas a Casa Civil tem como sua função primordial é a articulação com as demais secretarias é a interface do governo com a sociedade, a interface entre o governo e os demais poderes, então cabe a governadora imprimir o caráter a Casa Civil, que ele deseja e neste momento com a reforma administrativa ela traz a necessidade de fazer a interface com as demais secretarias com foco na conclusão das obras financiadas pelo BNDES. Ela quer finalizar a gestão deixando todas as obras entregues. Então o pedido da Roseana quando me convidou foi para que eu desse ritmo, celeridade e dar a força que a juventude tem, afinal existem gargalos na administração pública e estes precisam ser resolvidos até dezembro deste ano.

Então quer dizer que a senhora deixa claro que seu papel será estritamente técnico?

Sem sombra de dúvida. A governadora é política, temos dentro do governo uma secretaria que é de Articulação Política, então acho que estaremos bem assessorados na parte política, já a Casa Civil cuidará da parte administrativa. Mas isso não quer dizer que a Casa Civil não terá uma papel político, mas no momento a governadora deseja que este posto tenha agora um caráter técnico-administrativo.

No seu entendimento, de quem partiu a indicação para a senhora ser Chefe da Casa Civil?

Um cargo como esse não deve partir de uma decisão de única pessoa. Eu acredito que dentro do grupo político houve a discussão e acabaram encontrando o consenso. Não saberia dizer de onde veio ou de quem partiu e nem acredito que tenha partido de uma pessoa só.

A senhora é filiada a algum partido político?

Nenhum.

Mas a senhora tem pretensão política?

Não penso nisso agora. Esse meu papel que ocupo agora é de deixar uma marca, encarar o serviço público com uma visão de gestão, que precisa ser trabalhada. Respeitando as leis e trabalhar com celeridade. Com o trabalho desenvolvido na Fundação pude perceber que as leis criadas pelo legislativo não exercem a função que deveriam ter, que é de minimizar a corrupção dentro do sistema. O sistema de licitação é tão falho, que temos um RDC e um código de licitação no estado que visa acelerar os processos, no entanto a legislação trava esse andamento. Então o que eu consegui fazer na Fundação e pretendo fazer aqui é dar um dinamismo e atingir nossos objetivos de forma rápida. Sei que não serão fáceis, afinal são muitos projetos e não faltam problemas, como licença ambiental, problemas com as empresas que ganharam as licitações, então estou totalmente focada nesse trabalho. Eu não penso em fazer política, mas fazer o que sei de melhor que é tocar essa parte mais técnica.

De acordo com o que foi possível perceber nesse pouco de tempo de trabalho, será possível o governo entregar todas as obras ao final deste mandato como prometido?

O valor que envolve o BNDES e a proposta arrojada desse programa, nós teremos ainda um período para ser executado, mas acredito que até dezembro, pelo que vi e acompanhando de perto, boa parte das obras serão executadas. Mas é claro que é um programa imenso, que envolve diversos empreendimentos e nós temos um grande investimento privado no estado atualmente. O programa Viva Maranhão vem com o objetivo de trazer outras políticas públicas e fortalecer a iniciativa privada. Nós temos um estado do tamanho da Alemanha, que tem suas diversidades. Esse projeto do Viva Maranhão é extremamente interessante e relevante por não se tratar apenas de obras, mas buscar reduzir os índices da extrema pobreza. A gente vai desde reforma de escola indígenas até a construção de pontes estaiadas.

Roseana lhe pediu prioridade para algum setor?

Como o Viva Maranhão está espalhado por todas as secretarias, terei contato com todos setores. Porém existem secretarias chaves como: Infraestrutura, Saúde, Educação, Meio Ambiente e Segurança. Eu vou basicamente me relacionar mais com essas cinco, mas vamos entrar em contato com todos os secretários.

Seu papel será de cobrar uma resposta no trabalho dos secretários?

Sem sombra de dúvida. Minha função será exatamente essa. Estarei na cola de todos os secretários e da assessoria de planejamento estratégico. Nós temos um compromisso de entregar a população um arrojo tanto da estrutura física e das políticas públicas, esse será o presente que a governadora deixará para o estado.

A senhora já disse que desempenhará papel técnico, mas como será sua relação com os deputados?

Essa parte eu deixarei para quem sabe fazer que o pessoal da Articulação Política e a governadora. Mas é obvio que os deputados terão interesse em desenvolver sua região e a minha intenção é que as obras relacionadas com alguma base política de algum deputado, seja concluída. Se meu trabalho for exitoso na parte administrativa, tenho certeza que não teremos problemas políticos.

Mas a senhora vai evitar receber os deputados?

De forma alguma. A função precípua que se destaca na Casa Civil é essa interrelação com as demais secretarias, mas de forma alguma vou anular essa postura de receber políticos. Já recebi deputados e assim farei se a governadora entender que posso fazer isso. Mas reitero que o papel de fazer política é da governadora.

A senhora vem do meio jurídico, a relação com o poder judiciário estará mais estreitado. Aproveitando a oportunidade, será uma prioridade sua pagar os precatórios?
O governo mantém uma relação muito próxima com o judiciário. E também com o Ministério Público e outras entidades. Sobre os precatórios não posso comentar neste momento, pois a missão que foi me dada no momento está relacionada as obras. Sobre os precatórios ainda vou conversar com o secretário de Planejamento, mas no momento o foco é outro. A missão da Casa Civil também será de manter uma boa relação com os demais poderes.

A senhora vai se envolver na eleição deste ano?

Não. Repito meu papel será técnico. Um governo que dar respostas a população, acaba por influir na política, afinal a população irá perceber as melhorias. Então um bom trabalho desenvolvido, trará consequências positivas a esse governo. Se eu for contribuir, contribuirei de forma indireta nas atividades que me forem conferidas.

Mas a senhora acredita na vitória do candidato governista na eleição de outubro?

Eu acredito muito nisso. Logo após aqueles movimentos sociais que ocorreram ano passado, podemos perceber de forma nítida uma mudança na população e sentimos, afinal as coisas estão ficando cada vez mais evidente. O nosso candidato ao governo tem um passado promissor, foi um bom prefeito e é um gestor. Então a questão de gestão é fundamental para quem quer viver na vida pública. Muitos prefeitos não se reelegeram nas últimas eleições por falta de trabalho, mas Luís Fernando mostrou diferente, tem seriedade no seu trabalho.

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