“Serei o melhor senador do Maranhão”, afirma Roberto Rocha

Deputado federal por três mandatos, deputado estadual e atualmente exercendo o cargo de vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB) tem experiência necessária para disputar a eleição de senador, pelo menos na visão dele. O socialista diz que deseja romper com o predomínio de apenas um grupo no Senado Federal e quer ser eleito para trazer melhorias para o Maranhão, inclusive, deseja que seu mandato seja comparado com os seus companheiros de parlamento em um eventual mandato.

Quanto a articulação política, ele acredita que o grupo vem mostrando coesão e unidade, elementos favoráveis para a vitória em outubro deste ano. Roberto ainda acredita no apoio de Eliziane Gama e diz que mantém estreita relação com a parlamentar. Quanto ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC), ele diz que será fundamental para a vitória da oposição.

Confira na íntegra a entrevista:

O que lhe faz acreditar que a oposição será vitoriosa nessa eleição, tanto na disputa de governo como para o senado?

Roberto Rocha – Pela organização política. Isso se inicia pelos partidos, as nossas legendas estão se organizando internamente e fizeram bem o dever de casa até outubro do ano passado, montando bons quadros para a eleição deste ano. Particularmente o PSB se organizou muito bem. O nosso projeto, a construção dele já estava organizado em outubro do ano passado, quando a gente já tinha definido o que desejamos. A mesma coisa no plano nacional, falo isso em relação a disputa presidencial. Então existe processo de convergência entre os aliados e também com a sociedade. Estamos muito satisfeitos, pois as siglas aliadas estão conscientes da necessidade dessa organização. Existe um desejo de lutarmos por apenas um partido que é o do Maranhão, o da Mudança.

Em 2010 o senhor foi candidato ao Senado. A sua candidatura deste ano é um processo de construção que já dura 4 anos?

Política é processo, convencimento e poder. Em 2010 tentamos muito disputarmos o governo. Achávamos que tínhamos condições, mas não conseguimos o primeiro passo, que foi o partido. Não houve uma convergência no PSDB. Apesar de que, tínhamos vários prefeitos, o deputado federal mais bem votado, que era eu, tinha um candidato a presidente da República, mas o partido entendeu por apoiar o governador Jackson Lago. Eu entendi, apesar de ter colocado meu nome para a discussão e acabei me tornando candidato ao Senado na última hora. Foi uma candidatura muito complicada, pois existiam outros dois candidatos do nosso grupo, infelizmente não conquistamos a vitória. Após esse episódio deixei o PSDB, pois entendia que eles tinham um projeto já definido para a eleição municipal, então ingressei no PSB para construir um novo projeto. Acabei compondo com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e ficou acordado que este ano, a chapa seria montada por Flávio candidato ao governo e Roberto Rocha ao Senado. Temos que entender que é um processo de construção absolutamente natural. Respeitamos as eventuais candidaturas do nosso grupo, que possam vir a surgir, mas agora a população clama pela união da oposição no estado.

Em 2002 o senhor abriu mão de sua candidatura em favor do Jackson Lago. Este ano foi o Zé Reinaldo e o Domingos Dutra, que abriram mão por conta da sua. O senhor acredita que esse é o caminho e será possível manter esse grupo unido?

Sim. Claro. Política se faz com gestos e riscos. E gestos só podem fazer quem é livre e nós somos livres. Em 2002 deixei uma eleição certa de deputado federal, para que meu partido não se aliasse ao grupo Sarney. Dessa vez o Zé Reinaldo e o Dutra que são ícones da resistência, respeitados em todos os cantos, eles compreendem a importância da nossa candidatura e do nosso partido, o PSB, o qual não pode ter sua importância desconhecida. Esse sentimento é que nos une e manteremos até o dia da vitória.

O senhor mantém o dialogo aberto com a Eliziane. É possível que ele esteja junto do grupo de vocês?

Olha a Eliziane é do nosso campo político. O PPS é o partido responsável pela candidatura do Flávio em 2010, tanto que naquela oportunidade foi indicado o vice pelo PPS. Já existe então uma relação de proximidade muito grande entre PPS e PCdoB. Já minha relação com a Eliziane é mais recente, vem desde 2012, quando construímos aquele processo da eleição municipal. Hoje nós somos amigos. Em relação aos partidos, o PSDB já tinha uma aproximação com PPS no plano nacional, já dialogávamos, agora por uma feliz coincidência o PPS e o PSB vão estar juntos na eleição presidencial, então nossa convivência é muito estreita no Maranhão. Não há uma semana, desde que terminou a eleição para prefeito em 2012, que eu não converse com um membro do PPS. De modo que eu acredito ser possível sim, luto por isso, para que no tempo das convenções, ou melhor, bem antes, possamos anunciar uma única candidatura ao governo e ao senado. Se não for possível, vamos respeitar a posição do PPS e tenho certeza que em algum momento estaremos unidos.

O senhor escolhe adversários? Prefere enfrentar este ou aquele na disputa do Senado?

Não tenho esse poder. Eu escolho aliados. Eu estou nesse campo político, por convicção e não por conveniência. Se fosse ao contrário, eu estaria na sombra do governo, afinal meu pai foi um aliado histórico do senador Sarney. Sempre tive a compreensão do meu pai, nas minhas posições políticas. Na verdade não é uma postura de oposição, mas sim de posição, me posiciono na busca de uma melhoria para o Maranhão. Cada um é responsável por suas escolhas, se eu estou nesse campo é por ter renunciado aquele outro grupo. Eu escolhi por que me sinto bem. Não sou político profissional, mas busco fazer com profissionalismo. Pois a política é o melhor caminho para melhorar a vida das pessoas, não descobriram nada melhor até o momento. Infelizmente não é isso que acontece no Maranhão, nós temos o grupo mais poderoso da república governado esse estado. Temos uma população triste por conta da falta de qualidade de vida. Pois aqui falta oportunidade e impera a exclusão social.

Como é a participação do PSB no governo Edivaldo Holanda Júnior?

O principal espaço do PSB no governo é a compreensão de que o Maranhão precisa mudar e nós estamos presentes nessa mudança. Não é um cargo que faz a diferença, o PSB não trabalha com a perspectiva de dar empregos. O PSB poderia uma participação maior na administração municipal, poderia, mas quem define é o prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Nos colocamos no jogo político com maturidade.

Em relação ao palanque presidencial. Como ficará a situação do Eduardo Campos?

Olha eu custo acreditar que o PT esteja conosco nessa campanha, eu digo isso em relação ao partido, não aos militantes, que estes devem nos seguir. Afinal dia após dia, o PT anuncia apoio ao candidato do PMDB. Dessa forma o Flávio Dino terá no PSB sua principal retaguarda, tanto com apoio de forças locais e nacionais. Não há um único político no Brasil, que tenha expressão e dimensão política, que venha dizer que apoia o partido da Mudança, na verdade só existe um e este será Eduardo Campos.

Que papel o Roberto Rocha vai exercer no Senado, caso venha ser eleito?

Hoje quando se olha para o Congresso Nacional, o que se observa é a figura do senador Sarney como representante do Maranhão, através de quatro nomes, afinal ele é eleito pelo Amapá. Isso não é bom para República e muito menos para estes dois estados. O Maranhão não pode ser liderado por uma pessoa que nem tem título de eleitor no estado. O que dar autoridade para a democracia é a legitimidade, então o Sarney não tem legitimidade para falar pelo Maranhão e os que nos representam deixam muito a desejar no trabalho do Senado.

Em relação à indicação dos nomes de suplentes. Já foram definidos?

Essa é uma questão que não discutimos e muito menos definimos. Uma vez que não é possível tomar essa decisão de forma pessoal. É uma decisão de um coletivo, de um grupo, assim como o candidato a vice-governador. Ao coligarmos faremos um único partido que será o Maranhão. Dessa forma teremos o melhor candidato a governador, a vice-governador e modéstia parte um bom candidato ao Senado e seus suplentes.

Qual seu projeto político? Ainda pensa em ser governador do Maranhão?

Quanto a isso faço como Zeca Pagodinho: ‘deixo a vida me levar’.

O Edivaldo Holanda Júnior será um importante parceiro do Flávio na busca pela vitória na eleição deste ano?

Com certeza. Não sou a do Flávio, como a nossa também. Pois não basta somente chegarmos ao governo, temos que chegar ao poder. Desde que foi proclama a República, o poder está no Congresso Nacional. Quando o governador Jackson Lago foi eleito, ele tinha maioria na Câmara Federal, mas não tínhamos nenhum representando no Senado, assim como não temos hoje. Os representantes do Senado são de um único partido, de um único grupo político, parecendo que não existe outra vontade no estado. Sendo assim, o Edivaldo tem total compreensão da importância de eleger um senador do nosso grupo. Com a minha eleição ao Senado poderemos estabelecer uma boa concorrência de quem faz mais pelo estado. Discutir temas importantes. Enfim como senador espero representar bem o meu estado, com o conhecimento de mais de 20 anos de vida pública, seja como filho de governador, deputado estadual, deputado federal, candidato a governador e senador. Tenho menos de 50 anos, mas tenho experiência suficiente para representar o Maranhão. Quero honrar também a memória do meu pai, que ocupou quase todos os cargos políticos, menos o de senador. Quero fazer o melhor mandato como senador da república. Serei o melhor senador.

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