Max Barros fala abertamente os motivos que Assembleia deve eleger Luís Fernando na eleição indireta

Com a possibilidade de uma eleição indireta rondando e dois potenciais candidatos da ala governista, poucos deputados se posicionam sobre qual serão suas posturas, no entanto o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Max Barros (PMDB), não esconde que defende a candidatura de Luís Fernando (PMDB), para que ele já ganhe e mostre a população que tem potencial para governar o estado, no entanto ele deixa bem claro, que isso não é uma questão pessoal, mas sim, por pensar no grupo e no futuro do que eles acreditam.
Quanto ao trabalho na Assembleia, ele acredita que as discussões sobre eleição fazem parte sim do cotidiano parlamentar, mas que outros temas devem ser debatidos, afinal existem diversas prioridades. Ele ainda fala de seus planos políticos e sobre a necessidade de uma reforma política mais ampla no país.
Confira na íntegra a entrevista:
Max desde que foram retomados os trabalhos na Assembleia, não se discute outra coisa, a não serem as eleições. Esse tema acaba atrapalhando o andamento do trabalho legislativo?

Max Barros – Olha a questão eleitoral faz parte da política. Inclusive nós, afinal exercemos um mandato, através de uma eleição. Essa discussão de candidaturas no legislativo é correto, agora evidentemente que esse tema não possa ocupar toda a pauta da Assembleia, temos assuntos importantíssimos a serem discutidos.

Como por exemplo, o que?        
  
No Congresso Nacional está sendo discutido o novo código mineral, essa legislação vai redistribuir os recursos do minério, uma espécie de royalties, e hoje o Maranhão não recebe nada, apesar de ser um dos principais escoadores de minério do país. Dessa forma acredito que o Maranhão tenha uma postura mais firme em relação a esse assunto, tanto que deveríamos pressionar o Congresso, para que o estado e os municípios recebessem parte desses recursos, que seriam fundamentais para economia local. Outro tema importante é a questão fundiária de São Luís. Embora já tenha sido aprovada uma emenda constitucional, até hoje moradores do Vinhais, Recanto, Cohama, Itaqui-Bacanga e outros, não tem propriedade do terreno, pois a União diz que é dela, isso traz uma série de implicações.

Os parlamentos no Brasil, sofreram e ainda sofrem grande pressão popular, por conta de suas atuações. No Maranhão, o que os deputados pensam em fazer para resgatar a confiança no legislativo?

O que a sociedade diz para a classe política, é que nós não estamos os representando da forma que eles gostariam. Então o que deve ser feito, é uma reforma política, apesar de isso não caber as Assembleias estaduais, mas sim ao Congresso, o nosso parlamento tem como participar, pressionando o Congresso. A própria Assembleia do Maranhão já fez um amplo debate sobre o tema e eu acredito que se não for feita uma discussão com profundidade, nós vamos continuar sendo alvos de protestos. A mensagem que eu recebo da população é que nós não estamos representando eles, como deveríamos. Esse modelo eleitoral que prevalece o poderio econômico, devemos rever.

Quanto às novas regras da eleição que entram em vigor esse ano, o senhor é favorável?

Houve uma mudança muito pequena, quanto à questão de cartaz. O que deve ser discutido é a questão do tempo de duração de um mandato, financiamento público de campanha ou não, voto distrital ou proporcional, essas questões, sim, devem ser discutidas com a sociedade e com o Congresso. O que devemos fazer é que o poder econômico prepondere nas eleições.

O senhor tem receio que a eleição no Brasil passe a ficar muito burocratizada?

Hoje o regime é presidencialista, mas depende muito do Congresso. As leis feitas acabam perdendo sua identidade com a quantidade de emendas que elas recebem, então existem margens para interpretação, que será feito pelo judiciário. Então o mesmo ocorre com o processo eleitoral, que está ficando muito judicializado, burocratizado e no final das contas nem sempre a vontade do povo prevalece no resultado final das eleições.

Com uma possível saída de Arnaldo Melo da presidência da Assembleia para assumir o cargo de governador, o senhor teria interesse em ficar em definitivo no cargo de presidente do parlamento?

Primeiro lugar temos uma variante. A governadora ainda não saiu do governo e nem se decidiu se vai ser candidata ou não. Segundo, se Roseana sair para a disputa, o que diz a constituição é que o presidente da Assembleia assuma a vaga de governador na vacância do vice-governador e nesse caso existe outra variante, o presidente da Assembleia pode renunciar ao cargo de governador e assim eu não assumiria a presidência do parlamento. Outra coisa que devemos explicar é que eu assumiria o cargo por apenas 30 dias também, pois o cargo de vice-presidente não sucede o presidente de forma definitiva.

O senhor é considerado um dos homens de confiança de Roseana. Ela já disse quais são os planos dela para 2014?

Olha o que ela tem me dito é que já deu sua colaboração na política, já exerceu vários mandatos na Câmara, Senado e governo. Portanto ela gostaria de tirar um tempo para sua família, no entanto a política tem seus agentes externos, pressões e o que eu vejo é que seus aliados acreditam que ela ainda é um nome de expressão, uma líder e que é um nome importante que o Maranhão precisa ter no Congresso Nacional. Então há essa pressão política no sentido de que ela abandone esse plano pessoal e continue na vida política. O que eu vejo hoje é que Roseana continua indecisa, em função do seu desejo pessoal e da pressão política.

Em uma possível eleição indireta, o senhor já defende abertamente o nome de Luís Fernando. Por que ele seria o melhor nome?

A principio como não há resolução normatizando como deverá ocorrer a eleição, qualquer cidadão em pleno gozo dos seus direitos políticos podem ser candidatos, aí não cabe questão pessoal de preferência, mas sim cada grupo analisar qual o melhor candidato para este momento transitório e para o futuro do grupo político, então todas as candidaturas são legitimas. Não podemos entender essa candidatura como um desejo pessoal, mas sim o que um grupo político quer para o futuro do Maranhão, neste sentido já está claro que temos um candidato a governador, que é o secretário estadual de Infraestrutura, Luís Fernando, e ele participou de todo governo de Roseana, sabe de tudo que está acontecendo, portanto qualquer mudança que aconteça, por menos traumática que seja, o novo governador vai demandar um tempo enorme para saber tudo que está sendo feito. No caso sendo Luís Fernando, ele já está engrenado com a atual administração, não teria muitas dificuldades. Outro ponto que defendo é que se ele é nosso candidato ao governo nas eleições de outubro, é por que nós acreditamos no seu potencial, no entanto ele ainda tem um grau de desconhecimento da população do Maranhão, então devemos coloca-lo para que a população verifique sua competência, acaba sendo algo natural. Eu me lembro da eleição de Zé Reinaldo, ele tinha 2% das intenções de voto no inicio de 2002, então ao assumir o governo, ele acabou viabilizando sua candidatura, em termos de projeto de político e grupo, que o nosso candidato tenha esse momento para expor a população o seu potencial.

Em relação a resolução da eleição indireta para governador o que senhor pensa?

Que deve ser discutida e votada agora, antes da renúncia da governadora, afinal temos que saber como será a regra, defendo a votação imediata da resolução.

Quanto à eleição proporcional o que o PMDB discute?

O que temos conversado é que o melhor cenário para o PMDB é ir sozinho, pois temos três ou quatro candidatos, que sozinho conseguem fazer o coeficiente eleitoral para se eleger, ainda temos contar os votos da legenda, os quais deve eleger mais 1 ou 2 candidatos, dessa forma o nosso melhor caminho é irmos sozinho. Porém não podemos pensar individualmente, mas sim coletivamente, afinal existem outros partido que querem coligar conosco.

Você fazem contas de quantos deputados governistas podem ser eleitos este ano?

Nós não faremos menos que 32 deputados.

O senhor já coitado em pelo menos duas oportunidades para ser o candidato do grupo na eleição para prefeito de São Luís. Isso ainda pode acontecer?

Eu já ocupei vários cargos no executivo, como secretário, mas no aspecto executivo eletivo, não penso. Estou focado na minha reeleição de deputado estadual, para continuar defendendo os interesses da população do Maranhão.

O senhor acredita na vitória de Luís Fernando em outubro?

Eu não tenho dúvida. Dependendo do resultado da eleição indireta, ele pode ter mais ou menos chances, sendo governador logo agora, sua candidatura seria mais viável.

Em um eventual governo Luís Fernando, o senhor deve vir a ocupar o cargo novamente de secretário?

Eu já ocupei vários cargos no executivo. Tem um lado positivo, que é você está com a caneta na mão e você faz com maior rapidez o que é necessário para população, porém existe o lado da burocracia, o parlamento já é mais lento, mas que tem sua importância sim. Caso eu venha ser eleito, vou querer permanecer no legislativo.

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