Juventude comunista vem se infiltrando no Maranhão

Dando uma rápida volta em algumas Universidades e Faculdades de São Luís, e de outras cidades do Maranhão, é facilmente perceptível a presença de inúmeros estudantes com sotaque de outros estados. Mas engana-se quem pensa que eles são frutos apenas do movimento migratório provocado pelo Enem e também por conta de interesse de encontrar maior facilidade em cursar graduações de alta concorrência por aqui. Claro que ainda existem casos, como a graduação de Medicina, que continua abrigando uma grande leva de imigrantes em busca de realização desse sonho. 
Juventude do PCdoB, usa de frases de efeito e ícones de rebeldia,
para arregimentar militantes para as suas fileiras


Porém cursos menos concorridos como Biblioteconomia, Oceanografia, Teatro, História, Filosofia, Ciências Sociais, Ciências Econômicas, entre outros estão passando por situação semelhante e tudo isso faz parte de uma estratégia política desenvolvida e financiada pelo PCdoB. 

Para quem não sabe o partido, tem uma das mais bem articuladas juventude do país, tanto que desde 1991, membros da UJS (União da Juventude Socialista) presidem a UNE (União Nacional dos Estudantes), maior representação estudantil no país, que dialoga diretamente com a presidência da República. 
Alguns exemplos de presidente da representação estudantil, já atuaram e continuando atuando em cargos de relevância como o senador Lindbergh Farias (hoje no PT, presidente entre 1992-93); o ex-ministro dos Esportes e atualmente vereador em São Paulo; Orlando Silva (presidente entre 1995-97); o vereador de Campinas, Gustavo Petta (presidente entre 2003-07) e recentemente Lúcia Stumpf (presidente entre 2007-09). Ela é responsável por coordenar os movimentos sociais dentro da UJS e no PCdoB.
Membros da UJS com Flávio Dino. Parte da força
dos comunistas vem da juventude universitária e secundarita
E esses movimentos estão com um foco bem definido. Tanto que a UJS conseguiu nos últimos quatro anos, trazer para o Maranhão, cerca de 500 estudantes de diversos estados para cursarem o ensino superior, a maior parte vem de estados como Goiás e Paraná. Todos já vem com seu objetivo bem traçado e bem orientados. Alguns se articulam juntos ao movimento estudantil secundarista (escolas de ensino médio da rede pública), outros no ensino superior, outros estão infiltrados em movimentos sociais. Toda essa articulação tem apenas um objetivo: insuflar a população contra o atual governo e mobilizar a população votar em Flávio Dino (PCdoB), prioridade número um do partido.
A estratégia é levada tão a séria, que a organização destes estudantes em representações estudantis como Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Grêmios é articulada por próprios membros do alto escalão do partido. 
O fato é tão verídico, que recentemente no dia 29 de janeiro, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo participou do Seminário Nacional da UJS e repassou a orientação: (Renato Rabelo) Alertou ainda sobre a necessidade de orientar manifestações populares que começam com propósitos dignos e se perdem no meio do processo devido à falta de orientação política. “No Brasil, para haver consciência política, é fundamental que nós trabalhemos neste processo de conscientização, precisamos aproveitar a campanha eleitoral que é um momento muito importante”. Por fim, parabenizou a UJS pela iniciativa e apontou o caminho para as conquistas: “Quando uma juventude determinada como essa sabe o caminho que deve seguir, não há quem segure. Vamos sempre em frente!”.
Flávio conta com a
grande articulação
de Lúcia Stumpf
ex-presidente da UNE
No Maranhão esse intercâmbio político tem trazido resultados, tanto que entre 2008 e 2012, o DCE da UFMA foi comandado por representantes da UJS e nos Congressos da UNE, realizados a cada dois anos, a UJS tem conseguido levar centenas de delegados, o que garante o domínio do partido no comando da entidade. Ramificações da entidade estão espalhadas por diversos municípios maranhenses, os mais fortes hoje se encontram em Bacabal, Pinheiro, Chapadinha e Imperatriz.
A estratégia está montada, as universidades estão sendo aparelhados e os protestos, ainda que tímidos começam a surgir, mas isso, se trata apenas da semeação, para o nascimento de grandes manifestações no período eleitoral, semelhantes aos que ocorreram em 2006 com o “Xô Rosengana” e fortaleceu a candidatura de Jackson Lago ao governo.

Flávio Dino e o PCdoB vão levando bem a sério a questão de prioridade para o partido, o governo do estado do Maranhão. Resta saber a herança que vai ser deixada, após o período eleitoral, uma vez que vários desses estudantes são acusados de ocupar assentos em Universidades públicas, simplesmente para fazer política e ficar sobrevivendo dela, caso do ex-presidente da UNE e vereador pelo PCdoB, Gustavo Petta, acusado em 2003 de dá golpe no DCE da PUC de Campinas e na UEE (União Estadual dos Estudantes):

Confira o texto da época que ele se tornou presidente da UNE, publicado no site, Centro de Mídia Indepedente:

Gustavo Petta, ex-presidente da UNE, hoje
vereador do PCdoB, acusado de “matar” aula
e desfalques de R$30 mil no DCE na PUC-SP

O campineiro Gustavo Lemos Petta, 21 anos, novo presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) é estudante fantasma do curso de Jornalismo da PUC-Campinas, no Interior de São Paulo. Filho de militantes do PC do B e de professores da PUC, Petta foi criado para assumir cargos no ME (Movimento Estudantil). Desde que seu grupo, o Livre Acesso, tomou posse do DCE (Diretório Central dos Estudantes), em 1999, a entidade naufragou em dívidas e disputas internas que acabaram fechando o diretório que arrecadava cerca de R$ 30 mil mensais. 

No mês de maio, alunos organizados chegaram pedir apoio ao Dacom (Diretório Acadêmico de Comunicações) para impedir que Petta chegasse à presidência da UNE. A chapa que concorria contra a que era apoiada por ele para o congresso da UEE (União Estadual dos Estudantes)de São Paulo, em São Carlos, chegou denunciar o estudante através de panfletos assinados pelos próprios estudantes dos cursos de Comunicação. 


A irmã de Petta, Renata, que também é estudante profissional, tentou impedir que o Dacom fizesse a eleição para escolher os delegados e chegou propor acordo para enviar delegados, desde que o panfleto não fosse mais distribuído. Mesmo sem quórum necessário, a chapa de Petta perdeu no curso dele e no período noturno, em que está matriculado. 

Petta e sua irmão ainda inscreveram membros da chapa que ele apoiava durante o credenciamento dos delegados, que ocorreu em Piracicaba. Chamado pelos alunos e pelas entidades estudantis, Petta recusa-se participar de debates na PUC-Campinas.

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