Polícia Federal investiga desvio de R$26 milhões da Câmara de Vereadores de São Luís

O Imparcial 

A Câmara Municipal de São Luís deve ter uma bomba a qualquer momento. Uma operação da Polícia federal investiga um suposto esquema de cheques e empréstimos que teriam desviado mais de R$ 26 milhões da Câmara Municipal. Pelos bastidores da Casa, o tema é tratado com extrema ressalva há cerca de um mês e em um clima de muita tensão entre os vereadores. Com a expectativa de a bomba estourar, os ânimos estão tensos no Palácio Pedro Neiva de Santana.

Há duas semanas, o vereador Marquinhos (PRB) protocolou um requerimento na Casa pedindo a saída do Banco Bradesco das transações por “transações suspeitas da instituição financeira Bradesco S/A e servidores da Câmara”, segundo o requerimento. Porém, Marquinhos não quis falar sobre quais seriam estas transações.

Três vereadores confirmam que existe um grande problema entre a Câmara e o banco, embora ninguém tenha coragem de falar abertamente. O que foi confirmado é que alguns não recebem a verba indenizatória há três meses.

Na manhã de ontem, foi demitida a gerente do Bradesco da Rua da Paz, Edilene Arruda Albuquerque. Não existe a confirmação de participação desta no suposto esquema. Já a ex-gerente da Agência do Bradesco na Câmara, Raimunda Célia, foi indiciada em inquérito do Ministério Público e Polícia Federal.

O esquema funcionaria desta forma: a quantia seria desviada por meio de empréstimos consignados e os juros é que gerariam os lucros. A Câmara Municipal autorizaria os créditos em nome de vários funcionários da Casa de uma vez só, mas não faria o desconto nos contra-cheques. O apurado era emprestado a terceiros, mediante o pagamento de juros de até 7%. Com o que era arrecadado, era possível pagar tranquilamente as parcelas do empréstimo e o que sobrava seria dividido entre os participantes.

A gerente do banco teria em mãos talões de cheque em branco do Poder Legislativo assinados como garantia em empréstimos tomados de agiotas. O esquema envolveria pelo menos 14 vereadores e agiotas.

A presidência da Casa não quis se manifestar sobre o caso, afirmando desconhecer o suposto esquema.

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