Para o PT, corrida de 2014 começa amanhã

Correio Braziliense

O processo de eleição direta (PED) que definirá, amanhã, o novo comando do PT, responsável pela condução da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, terá alguns componentes explosivos e perigosos. O embate ocorre no ano em que o partido completa uma década no poder federal, o que acarreta fadiga de material da legenda em relação à opinião pública. Além disso, é Dilma, e não Lula, quem está no comando do país, o que impede o discurso homogêneo de alinhamento entre partido e governo. Por fim, desde a sua criação, em 1981, este foi o primeiro ano em que o PT presenciou uma movimentação social — as manifestações de junho — sem ser protagonista ou ter sido nem sequer convidado para participar. 

Mais do que o resultado para a disputa presidencial do PT — a tendência é a reeleição do deputado estadual Rui Falcão com quase 70% das intenções de voto —, é a composição do diretório e da executiva nacionais que preocupa o Planalto. Qual será o tamanho das correntes consideradas mais independentes? O círculo mais próximo da presidente admite que existe uma boa parcela dos petistas que apoia Dilma por uma questão pragmática, mas que murmura pelos corredores partidários que adoraria ver Lula de volta. 

Além disso, interessa à presidente saber quem serão os vitoriosos nas disputas estaduais, com quem poderá contar para fazer alianças políticas. Em Pernambuco, por exemplo, onde, desde as eleições municipais do ano passado, a legenda está rachada. “O vencedor apoiará uma aliança com o senador Armando Monteiro (PTB) para o governo? Ou defenderá candidatura própria?”, disse um aliado de Dilma.

A mesma regra vale para outras unidades da Federação. Preocupa o governo qualquer sinal de insurgência do PT maranhense à família Sarney. Em Santa Catarina, uma eventual vitória do grupo ligado ao ex-ministro Altemir Gregolin pode dificultar os planos eleitorais e políticos da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. 

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